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Polícia egípcia usa violência sexual contra opositores

Serviços secretos e militares fazem frequentemente os chamados "teste de virgindade"

Internacional|

Federação Internacional de Direitos Humanos assegura que casos aumentaram durante o regime de Abdul Fatah al Sisi
Federação Internacional de Direitos Humanos assegura que casos aumentaram durante o regime de Abdul Fatah al Sisi Federação Internacional de Direitos Humanos assegura que casos aumentaram durante o regime de Abdul Fatah al Sisi

As forças de segurança egípcias utilizam a violência sexual contra os detidos, em ataques a "grande escala" e que têm como marca a impunidade, denunciou nesta terça-feira (19) a Federação Internacional de Direitos Humanos (FIDH).

Em um relatório, a FIDH assegura que estes casos aumentaram durante o regime de Abdul Fatah al Sisi, que está à frente do Egito desde que depôs em um golpe militar em julho de 2013 o então presidente islamita Mohammed Mursi.

A polícia, os serviços secretos e os militares cometem violações, ataques sexuais, os chamados "teste de virgindade" e eletrocussão de genitais, entre outros crimes, segundo as entrevistas realizadas com vítimas, advogados e ONG. "A violência sexual durante as detenções, as similitudes nos métodos utilizados e a impunidade generalizada da qual gozam os autores, apontam a uma estratégia política cínica destinada a reprimir a sociedade civil e silenciar toda a oposição", afirma o presidente da FIDH, Karim Lahidji.

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O texto aponta que a violência sexual é empregada "indiscriminadamente" contra todos os detidos, incluídos opositores, trabalhadores de ONGs, estudantes, mulheres e aqueles percebidos como perigosos para a moral pública, que é o caso dos homossexuais. 

Este tipo de violência é perpetrada "em grande escala" pelas forças de segurança do Estado. Além disso, a violência sexual é "amplamente tolerada", segundo a FIDH, que denuncia que nem os uniformizados e nem os civis que cometem estes crimes costumam responder perante a justiça.

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Uma ativista de uma ONG egípcia vítima destes abusos explicou no relatório que durante sua detenção separaram as mulheres jovens, que foram revistadas viradas para parede, acossadas sexualmente e insultadas. "Tratei de retirar a mão de um dos membros da Segurança Central das minhas calças, mas me bateram com suas armas até que já não pude resistir", narra. 

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Em outro testemunho recolhido no relatório, uma estudante – detida em novembro de 2013 na delegacia de Qasr al Nil – conta como foi fechada em uma cela do porão onde havia dois homens de cuecas que se jogaram sobre ela. As mulheres são o principal alvo dos abusos das forças de segurança e as primeiras vítimas da polarização política que ocorreu após a derrocada de Mursi, sofrendo ataques de ambos os grupos.

Centrando-se nas manifestantes, a FIDH assinala que a violência sexual contra elas pretende afastar as mulheres da vida política. O relatório também indica que a comunidade de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais (LGBT) foi vítima de uma campanha de detenções maciças e sofre com a violência sexual desde outubro de 2013.

A FIDH pede ao governo egípcio para colocar fim imediatamente a estes crimes, cometidos por pessoas sob sua autoridade, e a investigar todas as denúncias, castigar seus autores e acabar com a impunidade.

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