Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Quem era o chefão da máfia que foi morto na porta de casa nos EUA

Discreto, Frank Cali se ligou à máfia italiana para fortalecer a família Gambino; ele foi o primeiro chefão assassinado em Nova York desde 1984

Internacional|Fábio Fleury, do R7

Frank Cali foi morto na última quarta-feira
Frank Cali foi morto na última quarta-feira Frank Cali foi morto na última quarta-feira

Na noite da última quarta-feira (13), Francesco "Frank" Cali se tornou o primeiro chefão da máfia italiana a ser assassinado em Nova York em mais de 30 anos. Ele foi morto na porta de casa, alvejado por 6 tiros e, em seguida atropelado pela picape do homem que o baleou.

A execução, que ainda não tem suspeitos, foi um fim escandaloso para uma carreira que Cali se esforçou para manter sempre discreta, ao contrário de muitos de seus antecessores. Seus comandados não tinham permissão para telefonar; ele preferia conversas em pessoa.

Em 1985, o então chefe dos Gambino, Paul Castellano, foi morto a tiros na frente de um restaurante em Manhattan. O assassinato foi um golpe de John Gotti para tomar o controle da família. Nesses 34 anos, nenhum outro chefão local foi assassinado.

Gotti, por exemplo, que gostava de se exibir e andar cercado de seguranças, acabou preso em 1992. Condenado à prisão perpétua por seus crimes, morreu na cadeia, de câncer na garganta, em 2002.

Publicidade

Vizinhos não desconfiavam

No caso de Cali, seus vizinhos em um bairro rico de Staten Island, ao sul de Nova York, disseram aos jornais que jamais imaginaram que o dono da mansão com tijolos aparentes, na frente de onde aconteceu a execução, era um mafioso.

Publicidade

Leia também

"Ele acenava para mim, eu acenava para ele. Raramente conversamos e eu nunca fiz perguntas", disse Mike Deluca, morador da casa atrás da casa de Cali, em entrevista ao New York Times.

Ao longo dos anos, ele foi preso apenas uma vez, em 2008, por extorsão durante a tentativa de construir um autódromo em Staten Island. Na ocasião, foi condenado e cumpriu uma sentença de 16 meses de prisão.

Publicidade

Segundo a imprensa norte-americana, o homem que chefiava a conhecida família Gambino nos últimos anos evitava os holofotes e usava conexões com a máfia siciliana para ajudar sua organização a retomar o controle de atividades criminosas nos EUA.

"Ele era muito, muito, muito discreto. O exato oposto de John Gotti. Era basicamente um fantasma. Ele não era visto em boates ou lutas de boxe", afirmou uma fonte da polícia norte-americana ao Times.

Ascensão e queda

A ascensão de Cali na máfia foi considerada "meteórica". Casado com uma sobrinha do chefão John Gambino, ele levou a família a reforçar laços com a Cosa Nostra na Itália e, com 49 anos, foi apontado como o grande chefe dos Gambino, em 2015.

Suas principais estratégias foram unificar diversos grupos mafiosos que brigavam entre si e buscar o domínio do tráfico de heroína e opióides na costa leste dos EUA.

A influência de Cali ficou mais clara, segundo os procuradores norte-americanos, quando uma ligação entre dois mafiosos italianos foi grampeada e um deles falou, sobre o norte-americano: "ele é nosso amigo, ele é tudo por lá (Nova York)".

Com esses contatos, o chefão passou a 'importar' mafiosos da Itália, com a intenção de tornar a família mais "forte" nos EUA.

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.