Os rebeldes pró-Rússia anunciaram nesta terça-feira (23) que realizarão eleições legislativas e elegerão os líderes de suas autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk em 2 de novembro, e não nas datas estipuladas pelas autoridades de Kiev.
"Planejamos realizar em 2 de novembro eleições ao Soviete Supremo e eleições para o chefe da República. Não será realizada outra eleição, nem sequer para a Rada Suprema (parlamento)", anunciou Aleksandr Zakharchenko, "primeiro-ministro" da entidade rebelde, segundo a agência de notícias Interfax.
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Na mesma linha, o presidente do Soviete Supremo de Lugansk, Alexei Kariakin, adiantou à agência Itar-Tass que ditas eleições "acontecerão simultaneamente" em ambas as repúblicas separatistas.
As eleições legislativas na Ucrânia estão fixadas para 26 de outubro, enquanto a lei de autogoverno para as zonas rebeldes aprovada pela Rada estipula pleito local para 7 de dezembro.
A lei de autogoverno oferece aos rebeldes à possibilidade de escolher a seus locais, que serão os interlocutores perante o governo de Kiev, contra o que os pró-Rússia se rebelaram em abril deste ano.
No entanto, desde o princípio os separatistas asseguraram que não permitirão que Kiev organize a eleição no território sob seu controle, ou seja, um terço das regiões de Donetsk e Lugansk, ambas limítrofes com a Rússia.
Alguns analistas advertiram que se as eleições legislativas não se realizarem em Donetsk e Lugansk, isso significaria a independência de fato dessas regiões.