O primeiro-ministro da Rússia, Mikhail Mishustin, anunciou nesta segunda-feira (3) o adiamento do Fórum de Investimentos de Sochi. O evento estava previsto inicialmente para a semana que vem.
"Temos debatido esta situação. Proponho adiar (o fórum), mas não cancelá-lo. É preciso pensar, em primeiro lugar, na saúde e na segurança dos nossos cidadãos e dos participantes do fórum", disse Mishustin em reunião com o gabinete de governo, segundo a agência de notícias estatal russa "TASS".
Com antecedência, a vice-primeira-ministra Tatyana Golikova propôs cancelar o evento "levando em conta a situação e as informações que chegam da China".
A iniciativa de Golikova tinha sido apoiada pelo vice-primeiro-ministro Dmitry Chernyshenko, que informou o gabinete que, "dos mais de 4.000 inscritos para participar no fórum, quase 500 são estrangeiros e mais da metade deles representam países onde foram relatados casos de infecção por coronavírus".
O chefe de governo deu instruções para encontrar formas de compensar adequadamente as despesas incorridas pelos organizadores do fórum.
De acordo com Mishustin, o governo tomou todas as medidas necessárias para lidar com a propagação do 2019-nCoV e "a situação está sob controle".
"Há poucos dias, aprovamos um plano nacional para evitar a propagação do coronavírus no território da Rússia", disse o primeiro-ministro, acrescentando que os pacientes que foram detectados com o vírus - oficialmente dois, até hoje - foram isolados e estão recebendo cuidados médicos adequados.
Mishustin explicou que a infecção causada pelo 2019-nCoV foi incluída na lista de doenças perigosas, o que "permite que os estrangeiros que sofrem da doença sejam deportados e que medidas extraordinárias, como isolamento ou quarentena, sejam tomadas".
O premiê destacou que o país tem todos os medicamentos e recursos necessários para lidar com o coronavírus, e instruiu o Serviço Federal Antimonopólios a garantir que os preços dos medicamentos nas farmácias não subam.
Golikova informou que aviões da Força Aérea russa partirá para Wuhan, a capital da província chinesa de Hubei, epicentro da epidemia, para evacuar cidadãos russos.
"Segundo estimativas, são pouco mais de 130 pessoas", disse a vice-primeira-ministra.