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Saiba quem era o líder do Estado Islâmico morto pelos EUA

Amir Mohamed Said Abd al-Rahman al-Mawla comandava o grupo extremista havia 2 anos e era conhecido como um homem "brutal"

Internacional|Do R7

Terrorista foi preso em 2004 pelos EUA, mas solto anos depois
Terrorista foi preso em 2004 pelos EUA, mas solto anos depois Terrorista foi preso em 2004 pelos EUA, mas solto anos depois

Chamado de "o professor" e "o destruidor", o líder do grupo Estado Islâmico (EI) cuja morte foi anunciada nesta quinta-feira (3) pelos Estados Unidos era relativamente desconhecido e comandou o campo estratégico e atividades da organização durante dois anos.

Amir Mohamed Said Abd al-Rahman al-Mawla, um jihadista com muitos codinomes, que se fazia chamar de "o emir" Abu Ibrahim al-Hashimi al-Qurashi, morreu durante uma operação das forças especiais dos Estados Unidos na madrugada desta quinta-feira (3), na Síria, anunciou o presidente dos EUA, Joe Biden.

Antes da ascensão ao comando do grupo, depois que os EUA eliminaram o antecessor, Abu Bakr al-Baghdadi, no fim de 2019, o homem de etnia turcomena e nascido no Iraque, provavelmente em 1976, havia organizado o massacre da minoria yazidi.

Segundo o centro de reflexão Projeto contra Extremismo (CEP, na sigla em inglês), o ex-oficial do Exército iraquiano, graduado na Universidade de Ciências Islâmicas de Mossul, se incorporou à Al-Qaeda após a invasão americana do Iraque e a captura de Saddam Hussein, em 2003.

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Foi preso em 2004 na penitenciária americana de Bucca, considerada a fonte de propagação do jihadismo no Levante — região que abrange Síria e Iraque —, onde conheceu Baghdadi.

Libertado por razões desconhecidas, permaneceu ao lado de Baghdadi, que, em 2010, tomou o controle do braço iraquiano da Al-Qaeda, antes de criar o grupo Estado Islâmico no Iraque e na Síria.

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Segundo o CEP, "Mawla ascendeu rapidamente ao alto escalão da insurgência" e adquiriu uma reputação de homem brutal, em particular pela eliminação dos oponentes do emir dentro do próprio grupo.

"Além de suas responsabilidades no terrorismo de massas, 'Abu Omar o turcomeno' desempenha um papel importante na campanha jihadista para liquidar a minoria yazidi mediante massacres, expulsão e escravização sexual", assinala Jean-Pierre Filiu, professor da escola Sciences-Po de Paris e especialista em jihadismo.

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Mawla, que, ao contrário dos líderes anteriores do EI, não era de origem árabe, tentou dar nova vida a um grupo enfraquecido se comparado ao da "era de ouro", durante o regime do "califado" que durou de 2014 a 2019 nas regiões que controlava nos territórios da Síria e do Iraque.

Sob sua direção, trabalhou pelo retorno à "primeira linha" da filial do EI no Afeganistão (EI-Khorasan), antes da chegada dos talibãs ao poder, explica Damien Ferré, diretor da Jihad Analytics, uma consultoria especializada na jihad global. 

Desde então, o EI-Khorasan se tornou a principal ameaça para o regime dos talibãs do Afeganistão, atacando inclusive o aeroporto de Cabul durante a retirada americana em agosto de 2021. 

Diversos pesquisadores também apontam para as atividades do EI na região do lago Chade, na África Ocidental, especialmente com a integração dos efetivos da seita Boko Haram, e na África Central. 

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"Em nível operacional, durante o seu mandato, o EI se recuperou em 2020, antes de reduzir a qualidade e a quantidade de seus ataques no último ano", acrescentou. Além disso, a organização segue ativa no Iraque e na Síria, como ficou comprovado no recente ataque a uma prisão controlada por forças curdas. 

Segundo os especialistas, o EI está constantemente preparando a sucessão de seus líderes, mas não há nenhuma informação nos últimos meses sobre quem poderia suceder Al-Mawla. 

"Evidentemente, é um importante revés" para o EI, explica à AFP Hans-Jakob Schindler, um especialista que trabalhou para as Nações Unidas e é diretor do CEP. "Seria um erro pensar que tudo terminou ou vai melhorar após essa eliminação, ante o número reduzido de ataques na Europa e nos Estados Unidos" recentemente, acrescentou.

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