Santos diz que paciência está acabando e negociação de paz precisa de prazos

Bogotá, 17 abr (EFE).- O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, afirmou nesta sexta-feira que a paciência está se esgotando e que é necessário "estabelecer prazos" para a processo de paz que o governo e as Farc negociam há mais de dois anos em Cuba. "Chegou a hora de acabar com a guerra, a paciência está acabando, é preciso estabelecer prazos para este processo", disse o presidente na Casa de Nariño, sede do Executivo, durante a recepção oficial à presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, que está em visita oficial à Colômbia. Santos se referiu aos diálogos de paz em resposta ao assassinato de 11 militares perpetrado pelas Farc na madrugada de quarta-feira na zona rural de Buenos Aires, no departamento do Cauca, no sudoeste do país. Este ataque, que deixou 24 militares feridos, levantou múltiplas críticas no país, já que aconteceu quando as vítimas dormiam em um ginásio poliesportivo e durante o cessar-fogo unilateral e indefinido que as Farc iniciaram em 20 de dezembro. Em resposta a essa cessação de hostilidades, Santos ordenou em 10 de março a suspensão dos bombardeios contra os acampamentos das Farc para reduzir a intensidade do conflito. Após o ataque, o líder revogou esse mandato e determinou a retomada dos bombardeios. Em sua declaração de hoje, o presidente disse à sociedade colombiana: "Não mais Farc, não mais violência!" e assinalou que para isso está buscando a paz nas negociações de Havana. Além disso, assinalou que hoje "todos nós colombianos estamos cheios de dor e de raiva. Muita raiva", mas pediu que esse sentimento "não cegue a população e não nos encha de mais ódio e mais violência". "Minha obrigação é transformar essa raiva em ações que acabem com a guerra", afirmou. Santos ressaltou que, se as Farc querem a paz "têm que demonstrá-lo com fatos e não com palavras", e enviou uma mensagem direta aos integrantes do grupo insurgente: "escutem o clamor nacional. Não se façam de surdos diante do que os colombianos estão gritando: chegou a hora de acabar com a guerra!". Além disso, enviou uma mensagem aos militares e aos policiais: para que não baixem a guarda porque a missão é "continuar lutando para conseguir a paz, que é o valor supremo de qualquer sociedade". "Essa paz será sua vitória. Será nossa vitória", concluiu. EFE gdl/cd (foto)(vídeo)