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Sem saúde, jovens norte-coreanos morrem por lesões de trabalho

Na Coreia do Norte, acesso a hospitais é escasso e instalações médicas carecem de medicamentos. Ao ano, 15.600 morrem por traumas e ferimentos

Internacional|Ana Luísa Vieira, do R7

Lesões e ferimentos resultam em morte ou deficiência para norte-coreanos
Lesões e ferimentos resultam em morte ou deficiência para norte-coreanos Lesões e ferimentos resultam em morte ou deficiência para norte-coreanos

Sem acesso a um sistema de saúde de qualidade, norte-coreanos com idades até 29 anos morrem prematuramente em decorrência de lesões por acidentes — boa parte deles ocorrida durante o trabalho.

O dado é de um relatório publicado na última semana pelo Harvard Global Surgery and Social Change — programa da Universidade de Harvard, dos Estados Unidos, que visa capacitar líderes de saúde globais. O estudo se baseia em números levantados pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

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Segundo a OMS, 15.600 norte-coreanos morrem em decorrência de lesões, traumas e ferimentos todos os anos: um terço das mortes é causada por acidentes em estradas; quedas representam 10,9% dos óbitos e as chamadas injúrias mecânicas — ocasionadas por descargas elétricas, frio e calor, mudanças de pressão e radiação — abrangem 5,1% das mortes.

O levantamento de Harvard lembra que, na Coreia do Norte, o acesso a hospitais é escasso, o atendimento pré-hospitalar é inexistente, instalações médicas carecem de equipamentos e medicamentos especialmente fora de Pyongyang e, muitas vezes, a população é obrigada a procurar remédios em mercados locais.

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Por todas essas razões, “as lesões e ferimentos geralmente resultam em deficiência, morte e grandes prejuízos financeiros”.

Comoção internacional

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Casos recentes de acidentes fatais na Coreia do Norte ganharam atenção da comunidade internacional: em abril de 2018, por exemplo, a colisão de um ônibus no país liderado por Kim Jong-un deixou 32 turistas chineses e quatro trabalhadores norte-coreanos mortos. Também no ano passado, cerca de 200 trabalhadores teriam morrido pelo desabamento de um túnel em uma estação de testes nucleares na vila de Punggyeri.

Já em 2016, um prédio em um complexo residencial de prestígio em Pyongyang entrou em colapso enquanto trabalhadores da construção civil se encontravam dentro de sua estrutura — estima-se que a maioria tenha morrido. Em 2015, um acidente semelhante na província de North Hamgyong matou jovens estudantes que moravam em um prédio de cinco andares.

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Ajuda humanitária

De acordo com a OMS, os acidentes são a quarta maior causa de morte entre os norte-coreanos — de todas as idades. As doenças cardiovasculares ficam em primeiro lugar, com 88.100 óbitos. Em segundo, está o câncer, que causa 42.500 mortes. As doenças respiratórias aparecem como a terceira causa, com 31.600 mortes.

O relatório da universidade americana conclui que “existe uma necessidade clara e urgente de reforçar o sistema de resposta das instituições de saúde na Coreia do Norte aos acidentes”.

Entretanto, o site 38 North — que analisa eventos envolvendo a Coreia do Norte — lembra que, embora as sanções internacionais impostas contra o país não restrinjam o envio de ajuda humanitária, há dúvidas se os medicamentos de fato chegariam ao seu destino.

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