O site Daily Stormer, conhecido por suas publicações antissemitas e de extrema direita, e por declarar que o holocausto não aconteceu, está causando alarde na cidade de Whitefish, em Montana, nos EUA. O portal, gerenciado pelo blogueiro Andrew Anglin, declarou nesta semana que irá promover, no dia 15 de janeiro, um protesto contra a comunidade judaica na cidade. O grupo estaria fazendo isso pois acredita que o líder de movimentos de "supremacia branca" — abertamente racista — Richard Spencer estaria sendo oprimido por rivais e organizações judaicas e defensores dos direitos humanos.
A data escolhida pelo grupo para a manifestação coincide com o Dia de Martin Luther King, um feriado nacional nos EUA que ocorre na terceira segunda-feira de todo o mês de janeiro. O feriado celebra os avanços sociais conquistados pelo ativista negro de mesmo nome. Martin Luther King lutava contra o antissemitismo, especialmente dentro da comunidade negra estadunidense.
Além do protesto, Anglin disse estar recebendo uma grande doação financeira que será usada para levar mais pessoas à manifestação. Ele diz que pode, inclusive, trazer ao evento alguém do Hamas do Oriente Médio, organização considerada terrorista pelo governo dos EUA e de Israel.
Foto de ativista negra desafiando sozinha neonazistas se torna símbolo de luta contra racismo
Na sexta-feira (30), Richard Spencer disse que não acredita que a marcha irá acontecer, e fez um vídeo dizendo que para ele, a marcha é apenas uma piada. Desde então, ele tem usado seu Twitter para desejar feliz ano novo aos seus fãs e criticar outro movimento, chamado "New Right".
Andrew Anglin começou sua carreira com o blog Total Fascism, em 2012, e desde então tem construído uma comunidade que ele denomina “Troll Army”, usada para perseguir adversários políticos na internet. Em 2013, o Total Fascism foi substituído pelo Daily Stormer, um site mais focado em notícias e conteúdo sugerido por membros do fórum interno. Os alvos de Anglin incluem a parlamentar inglesa Luciana Berger, a ativista australiana Mariam Veiszadeh e uma representante de marketing Alison Rapp, que foi demitida da produtora de videogames Nintendo após uma campanha organizada por Anglin.
A questão racial nos Estados Unidos voltou a chegar ao esporte, que também reflete em grande parte a sociedade do país. Desta maneira, a iniciativa do quarterback Colin Kaepernick, 28 anos, no fim de agosto último, de se recusar a ficar em pé durante o hino dos Estados Unidos causou polêmica mas recebeu o apoio de uma legião de esportistas, torcedores e ativistas, entre outros. No início de setembro, o quarterback repetiu o ato durante a transmissão em rede nacional e ainda recebeu o apoio de outros jogadores presentes no estádio