Terroristas radicais tomaram nesta sexta-feira (20) um hotel de luxo em Bamako, capital do Mali, no oeste da África. Mais de 100 pessoas foram feitas reféns, entre hóspedes e funcionários, obrigando a polícia local a uma operação de resgate.
Há vários mortos e feridos, mas o número de vítimas ainda é incerto. O governo local informa que somente três pessoas morreram. A agência de notícias Reuters informava 27 mortos e a AFP, 22. Mas um porta-voz da ONU apontou 21 pessoas mortas.
Invasão e resgate
A invasão começou por volta das 7h (hora local, 5h em Brasília), quando um grupo de até 10 homens invadiu o hotel, gritando "Allah Akbar" ("Deus é grande", em árabe).
Tropas do Mali e da França, que desde 2013 tem presença militar no país africano para auxiliar no combate a extremistas islâmicos, cercaram o hotel.
A televisão estatal mostrou imagens de homens uniforme de camuflagem empunhando fuzis AK47 no saguão do Radisson Blu, um dos hotéis mais elegantes de Bamako.
A operação de libertação teria resultado na morte de reféns e de terroristas. Um diplomata belga teria sido morto, segundo a BBC.
A operação foi dramática e ocorreu andar por andar e durou cerca de nove horas, até a libertação total dos reféns.
"Eles [terroristas] não possuem mais reféns em suas mãos e as forças de segurança estão no processo de rastreá-los", disse o ministro de Segurança Salif Traore em coletiva de imprensa.
Forças especiais da ONU e dos Estados Unidos auxiliaram na operação de resgate dos reféns, mas sem envolvimento militar.
Autoria
O grupo militante islâmico al Mourabitoun informou hoje ser co-responsável do ataque ao hotel, ao lado da facção Al Qaeda no Magrebe Islâmico. A informação é da agência de notícias da Mauritânia Alakhbar.
O Al Mourabitoun é liderado pelo veterano militante argelino Mokhtar Belmokhtar, que foi dado como morto em um ataque aéreo dos Estados Unidos em junho.
Veja fotos dos arredores do hotel cercado por soldados
O Mali
Ex-colônia francesa, o Mali enfrenta há anos ataques de rebeldes aliados da rede terrorista Al Qaeda.
O hotel é popular entre os muitos trabalhadores estrangeiros vivendo no Mali, país africano que é um dos mais pobres do mundo, mas também o terceiro maior produtor de ouro.