O homem que na sexta-feira (21) feriu gravemente duas pessoas no trem Thalys entre Amsterdã e Paris antes de ser rendido por alguns passageiros, foi fichado pelos serviços secretos como fundamentalista islâmico e detectado em maio em Berlim em um voo a Istambul, o que presume-se que era sua primeira escala para entrar na Síria. A informação foi oferecida neste sábado (22) pelo canal BFM TV, que acrescentou que a França, cujos serviços secretos tinham registrado o acusado com uma ficha "S" por possíveis vínculos com grupos terroristas pelas informações que tinha recebido em 2014 da Espanha, advertiu então a Madri.
As autoridades espanholas responderam, ao saber do voo Berlim-Istambul que Ayoub tinha tomado em 10 de maio, que ele já não vivia na Espanha (morou em Algeciras até 2014) mas em Bruxelas, sempre a BFM TV.
O suposto terrorista está sendo interrogado pela polícia, que desde o princípio declarou se chamar Ayoub El-Kahzzani, marroquino de 26 anos, uma identidade que a França não quis confirmar formalmente até agora.
O ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, explicou que El-Kahzzani viveu na Espanha até 2014 e na Bélgica neste ano, mas não quis comentar informações divulgadas na Espanha sobre sua presença na França e suas viagens à Síria. Com relação a isso, Cazeneuve insistiu que os investigadores, em coordenação com os serviços secretos e policiais de outros países europeus, terão que estabelecer "o percurso e os deslocamentos deste terrorista".
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Por outro lado, nesta tarde prestavam depoimento em Arras (a estação do norte da França à qual foi desviado o trem após o incidente) dois americanos e um britânico que aparecem como os que interviram para controlar o agressor, o desarmaram e o imobilizaram até que a polícia chegou.
Os americanos são o militar Alek Skarlatos e o estudante Anthony Sadler, que estavam com um terceiro amigo, Spencer Stone (também militar). Este ficou ferido por arma branca na briga com o suposto terrorista, e foi operado com sucesso nesta manhã em um hospital de Lille.
Skarlatos e Sadler foram condecorados ontem à noite pelo Prefeitura de Arras pela sua ação, da mesma forma que o britânico Chris Norman, que viajava também como passageiro no mesmo vagão e se uniu a eles para neutralizar o atacante. O Eliseu indicou que essas pessoas, que evitaram um grande massacre, serão recebidas pelo presidente francês, François Hollande.
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