Tóquio renova sanções comerciais contra Pyongyang por sequestrar japoneses

Tóquio, 31 mar (EFE).- O governo do Japão renovou nesta terça-feira um pacote de sanções comerciais contra a Coreia do Norte depois que o regime de Pyongyang descumpriu sua promessa de entregar os resultados sobre a investigação dos cidadãos japoneses que sequestrou há décadas. As sanções, cuja validade expirava em 13 de abril, proíbem os intercâmbios comerciais entre Japão e Coreia do Norte e impedem os navios norte-coreanos de chegar a qualquer porto do arquipélago, salvo por motivos humanitários, assim como voos charter entre os dois países. As penalizações estão vigentes desde que o Japão as impôs de maneira unilateral após o lançamento de um míssil de alcance intercontinental e um teste nuclear realizado pelo regime de Pyongyang em 2006. O Japão sustenta que, entre 1977 e 1983, pelo menos 17 japoneses foram sequestrados por Coreia do Norte para subtrair suas identidades ou para que treinassem os espiões norte-coreanos em sua cultura e idioma. Em 2002 Pyongyang reconheceu vários dos sequestros e devolveu cinco cidadãos ao Japão, mas afirmou que os 12 restantes ou tinham morrido ou nem sequer pisaram em solo norte-coreano, uma versão da qual desconfia o Executivo de Tóquio. No último mês de julho o governo japonês suspendeu as sanções unilaterais em matéria de deslocamentos e de envio de remessas entre os países depois que Pyongyang se comprometeu a reabrir uma investigação sobre os 12 japoneses e outros possíveis casos de sequestro. Com base nesse acordo, o Japão esperava receber no ano passado um primeiro relatório do Comitê de Investigação Especial norte-coreano - que até hoje segue sem ter sido apresentado - assim como as conclusões das investigações neste primeiro trimestre. Apesar da visível falta de avanços, o governo do primeiro-ministro Shinzo Abe se comprometeu a resolver o mais rápido possível o tema dos sequestros, o principal obstáculo para a normalização dos laços entre os países, que não mantêm relações diplomáticas. Além das 17 pessoas reconhecidas oficialmente pelo governo, uma associação independente do arquipélago cifra em torno de 470 os possíveis casos de japoneses sequestrados pela Coreia do Norte, enquanto a Agência Nacional de Polícia eleva sua estimativa até quase 900 casos. EFE asb/rsd