Por Thomas Escritt
GILZE-RIJEN, Holanda (Reuters) - O voo 17 da Malaysia Airlines foi abatido sobre o leste da Ucrânia por um míssil Buk, de fabricação russa, afirmou o Conselho de Segurança holandês em seu relatório final, divulgado nesta terça-feira, sobre o incidente de julho de 2014 que matou todas as 298 pessoas a bordo da aeronave.
Há muito tempo aguardadas, as constatações do conselho, que não tem competência para tratar de questões de responsabilidade pelo acidente, não especificam quem lançou o míssil.
"A ogiva 9n314m foi detonada fora do avião para o lado esquerdo da cabine. Ela se encaixa no tipo de ogiva instalada no sistema de mísseis terra-ar Buk", disse o chefe do Conselho de Segurança, Tjibbe Joustra, ao apresentar o relatório.
A Rússia contestou o tipo de míssil utilizado, acrescentou.
Em uma reunião mais cedo nesta terça-feira com famílias das vítimas, Joustra disse que os passageiros que não foram mortos pelo impacto do míssil teriam ficado inconscientes pela descompressão súbita da aeronave e a falta de oxigênio a 33.000 pés.
Joustra deu as declarações na base militar de Gilze-Rijen, onde a cabine de voo e a parte da classe executiva do Boeing 777 foram reconstituídas meticulosamente a partir de destroços trazidos da Ucrânia.
O conselho também constatou que havia motivos para a Ucrânia ter fechado o espaço aéreo sobre a zona de conflito antes do acidente, e que as 61 companhias aéreas que continuavam sobrevoando a área deveriam ter reconhecido o perigo potencial.
O relatório recomenda que as normas da aviação internacional sejam alteradas para obrigar os operadores a serem mais transparentes sobre a sua escolha de rotas.
(Reportagem de Thomas Escritt)