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Zelenski fará pronunciamento ao Conselho de Segurança da ONU após visitar Bucha

Presidente ucraniano denunciou um massacre de civis na cidade, atribuído às forças russas, e pediu que as sanções contra Moscou aumentem

Internacional|Do R7

O presidente ucraniano Volodmir Zelenski durante visita à cidade de Bucha
O presidente ucraniano Volodmir Zelenski durante visita à cidade de Bucha O presidente ucraniano Volodmir Zelenski durante visita à cidade de Bucha

O presidente ucraniano Volodmir Zelenski falará perante o Conselho de Segurança da ONU nesta terça-feira (5) depois de visitar Bucha, nos arredores de Kiev, onde denunciou um massacre de civis atribuído às forças russas.

É a primeira vez que o presidente ucraniano participa do Conselho de Segurança desde o início da invasão da Rússia, disse o Reino Unido, que atualmente preside esse órgão da ONU.

Em um vídeo, Zelenski confirmou sua intervenção, mas sem especificar se será ao vivo ou gravada, e pediu à comunidade internacional que fortaleça as sanções contra Moscou e entregue mais armas ao seu país.

O presidente ucraniano já havia acusado a Rússia de "crimes de guerra" e "genocídio" em Bucha e outras cidades ao redor de Kiev, onde dezenas de corpos em roupas civis foram encontrados nas ruas.

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"Você está aqui hoje e veja o que aconteceu. Sabemos que milhares de pessoas foram assassinadas e torturadas, com membros decepados, mulheres estupradas, crianças assassinadas", disse ele, vestido com um colete à prova de bala enquanto visitava, nesta segunda-feira (4), a pequena cidade, localizada 30 km a noroeste de Kiev. Segundo Zelenski, 300 pessoas, "só em Bucha, foram mortas ou torturadas".

A Rússia negou toda a responsabilidade pelas mortes e assegurou, na segunda-feira, que mostraria "documentos" sobre a "verdadeira natureza" do que aconteceu no município.

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"Putin tem que ser responsabilizado"

Após essas acusações, os aliados ocidentais de Kiev prometeram novas sanções "nesta semana" contra a Rússia.

O presidente dos EUA, Joe Biden, pediu na segunda-feira um "julgamento de crimes de guerra" e reiterou que seu colega russo, Vladimir Putin, é um "criminoso de guerra". "Ele tem que ser responsabilizado", disse.

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O governo dos EUA indicou que buscará a suspensão da Rússia do Conselho de Direitos Humanos da ONU em uma votação que poderá ocorrer na Assembleia-Geral na próxima quinta-feira.

A Rússia, que denunciou o Reino Unido por não admitir uma reunião do Conselho de Segurança sobre o ocorrido em Bucha, garantiu que o pedido americano era "incrível" e não facilitava "conversas de paz" entre russos e ucranianos.

O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, também apontou discussões com seus aliados para impor novas sanções, inclusive algumas ligadas à energia, questão sensível para a Europa, altamente dependente do gás russo.

O ministro das Finanças alemão, Christian Lindner, indicou que o seu país não pode prescindir "a curto prazo" do gás russo, enquanto a presidente do Parlamento Europeu, a maltesa Roberta Metsola, apelou por "embargos restritivos" às importações de energia.

Em resposta, por enquanto, os países europeus expulsaram dezenas de diplomatas russos: cerca de quarenta na Alemanha e 35 na França, enquanto a Lituânia expulsou o embaixador russo.

Além disso, a União Europeia enviará uma equipe, "juntamente com a Ucrânia, para (...) investigar crimes de guerra e crimes contra a humanidade", disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

O bloco comunitário quer unir forças com o Tribunal Penal Internacional, que investiga alegações de crimes de guerra na Ucrânia desde 3 de março.

Nova fase da guerra

Após a retirada russa em torno de Kiev, a Ucrânia está agora se preparando para um "ataque maciço" na região de Lugansk (leste), anunciou seu governador, Sergei Gaidai, na segunda-feira.

"Vemos que as equipes chegam de diferentes direções, que [os russos] trazem homens, que trazem combustível... Entendemos que eles estão se preparando para um ataque maciço", disse ele em uma mensagem de vídeo.

Essa região e a vizinha Donetsk compõem a área de Donbass, palco de uma guerra entre forças de Kiev e separatistas pró-Rússia desde 2014.

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Antecipando um novo ataque, toda a área leal ao governo está sendo esvaziada de civis. Centenas de mulheres, crianças e idosos aguardam desde o fim de semana que os trens deixem a estação de Kramatorsk, desde 2014 a capital regional de fato da área controlada por Kiev.

De acordo com um alto funcionário do Pentágono, dois terços das tropas russas que ocupam a região de Kiev se retiraram para Belarus.

Mas, para Washington, trata-se simplesmente de uma reorganização diante de uma nova fase da guerra, que "pode ​​durar meses ou mais".

A Rússia "está reposicionando suas forças para concentrar sua ofensiva nas partes leste e sul da Ucrânia", disse Jake Sullivan, embora "continue com ataques aéreos e mísseis no resto do país para causar danos materiais e econômicos e também, claramente, para espalhar o terror". 

O prefeito de Kiev, Vitali Klichkó, ​​pediu aos cidadãos que fugiram da capital na segunda-feira que não retornem por "pelo menos uma semana", porque ainda pode haver novos bombardeios.

De fato, nas primeiras horas desta terça-feira, as sirenes de alarme de ataque aéreo foram ativadas em várias cidades do país, de Kiev a Odessa (sul) e Kharkiv (nordeste).

Desde o início da invasão, mais de 4,2 milhões de pessoas já fugiram da Ucrânia, de acordo com os dados mais recentes do Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados), publicados na segunda-feira.

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