Um morador do Aglomerado da Serra, na região centro-sul de Belo Horizonte, denunciou a realização frequente de bailes com o consumo de drogas liberado e com exibição de armas. Os organizações espalham cartazes pela região, mas não divulgam o local, para dificultar o trabalho da polícia.
Segundo o homem, que não quis se identificar com medo da reação dos traficantes da região, as festas chegam a reunir três a quatro mil pessoas. Os eventos começam às 21h e não tem hora para acabar.
Fotos postadas em redes sociais mostram adolescentes e jovens do Aglomerado exibindo armas de alto calibre. De acordo com o denunciante, essas armas são colocadas à vista nos bailes.
Ainda de acordo com o morador, quando os policiais chegam ao local são coibidos pela grande quantidade de pessoas que frenquentam as festas.
— É tudo montado no mesmo dia. E aí, é o seguinte, você liga para o Disque Sossego, vem uma rádio patrulha. Quando ela depara com a situação de três, quatro mil pessoas, o que eles fazem? Dão meia volta e vão embora.
Segundo o capitão da PM, Jackson Ramos, a dificuldade de combater esses tipos de festas está na forma em que elas são organizadas.
— Quando esse evento não é marcado via redes sociais e a inteligência da PM não consegue detectar com antecedência, a polícia faz a intervenção de uma maneira para evitar e minimizar o efeito, até mesmo para não deixar um caráter catastrófico na situação de uma abordagem.
De acordo com o oficial, há policiamento no aglomerado e a polícia trabalha para coibir o tráfico de drogas e aumentar a segurança no região.
— Nós já conseguimos efetuar a prisão de alguns falsos organizadores, que utilizam essa questão de liderança no local para vender armas e drogas. Com isso, conseguimos reduzir a criminalidade no Aglomerado.