A Sudecap (Superintendência de Desenvolvimento da Capital) deve entregar ao Ministério Público até a próxima sexta-feira (17) um relatório sobre problemas identificados em outros três viadutos da avenida Pedro 1º, em Belo Horizonte.
Segundo o promotor Eduardo Nepomuceno, no ano passado, a Sudecap contratou uma revisão nos projetos dos elevados construídos na capital mineira e constatou a necessidade de medidas corretivas no viaduto Monte Castelo, Oscar Niemeyer e na obra da avenida João Samaha.
— A princípio seriam correções de pequeno porte para aumentar a durabilidade dos viadutos, nada que comprometa a estrutura.
Entretanto, o documento ainda será analisado pelo Ministério Público para verificar se as intervenções realmente serão apenas de caráter conservador. O promotor também quer saber quem irá arcar com os custos destas novas obras.
— Nossa preocupação é saber a essência do gasto do dinheiro público. Não podemos permitir que o poder público pague duas vezes pela mesma obra.
O relatório deve trazer também informações sobre as falhas encontradas recentemente no viaduto Gil Nogueira, também construído na avenida Pedro 1º. A estrutura precisou passar por reparos no início deste mês, após a identificação de um desnível de 2,5 na construção. Também neste caso, o promotor quer saber o valor gasto nestas correções e o responsável por estes custos.
Por meio de nota, a Sudecap informou que umaa empresa contratada pela prefeitura apresentou "relatório da auditoria que sugere apenas pequenas intervenções nos três viadutos, visando a prolongar a vida útil dos elevados". O órgão ressaltou também que não existe "risco para a estrutura dos viadutos e os mesmos permanecerão operando normalmente".
Outros viadutos
Em julho do ano passado, o viaduto Batalha dos Guararapes desabou matando duas pessoas e deixando outras duas feridas em Belo Horizonte. Até hoje, o inquérito da Polícia Civil apontando os responsáveis pela tragédia ainda não foi concluído. Entretanto, o Ministério Público apontou que houve falhas de projeto, execução e fiscalização.
A partir desta conclusão, o promotor Eduardo Nepomuceno acredita que houve responsabilidade da Consol, empresa que elaborou o projeto; da Cowan, empresa executora da obra; e também da Sudecap, que fiscaliza as obras na capital mineira.
Outro viaduto que apresentou problemas na capital mineira foi o Montese. A estrutura precisou ser interditada por nove meses em 2014 pois cedeu 30 centímetros. Na ocasião, a Prefeitura de BH descartou qualquer risco de queda.