Uma pesquisa do Sindilojas-BH (Sindicato do Comércio Lojista de Belo Horizonte) mostra que 45% dos lojistas mineiros que tentaram fazer algum empréstimo para sobreviver à crise provocada pela pandemia de covid-19 não conseguiram ter acesso ao dinheiro.
O relatório mostra que das 423 empresas que participaram do estudo, 223 tentaram ter acesso a alguma linha de crédito para ajudar nas contas, mas 100 tiveram o pedido negado.
Um dos emprésarios que não teve sucesso na solicitação foi Décio Abreu, dono de dois boliches em Belo Horizonte e em Betim, na região metropolitana. O comerciante explica que tentou a verba para ajudar com as contas que vêm se acumulando desde que as lojas foram fechadas, no dia 19 de março.
Abreu reclama que o valor cobrado nos empréstimso e "burocracias" impostas no processo de contrataçãodificultaram a liberação dos recursos para a empresa dele.
— Se não houver um aporte do governo com o juros bem barato e uma carência, a situação vai se agravar de maneira terrível.
Dificuldades de acesso
O estudo do Sindlojas, realizado em parceria com outros 14 sindicatos patronais, mostra que pontos levantados por Abreu estão entre os principais entraves na hora de tentar uma linha de crédito. Segundo o levantamento, são as dificuldades passam por:
• Burocracia (16,55%)
• Juros altos (15,15%)
• Dificuldade de contatar o agente bancário (13,99%)
• Contrapartidas bancárias exigidas (12,35%)
Nadim Donato, presidente do Sindilojas-BH, avalia que considerando apenas os bancos privados, o acesso é ainda menor. Apenas 10% dos que conseguiram empréstimo obtiveram os recursos nas instituições particulares.
— Devido aos altos juros e à documentação exagerada que é pedida, muitas vezes, eles não conseguiram uma reposta definitiva dos gerentes. Entendemos que o banco não tem a vontade de emprestar o dinheiro mais barato.
A pesquisa foi realizada com empresários de 25 cidades mineiras, entre os dias 16 e 22 de julho. A reportagem fez contato com a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) para comentar sobre as dificuldades relatadas pelos empresários, mas não teve retorno até a publicação.
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