O Órgão Especial do Tribunal de Justiça de Minas Gerais aceitou nesta quarta-feira (10) a denúncia contra o juiz Amaury de Lima e Souza, preso desde junho deste ano por suspeita de envolvimento com facções criminosas.
Dos 18 desembargadores que participaram da sessão, 16 acataram a denúncia. O pedido de relaxamento de prisão do magistrado também foi negado pela maioria, por isso ele vai continuar detido. O juiz tem interrogatório marcado para o dia 17 de dezembro, às 9h.
A Polícia Federal investiga o envolvimento do magistrado com os detidos na operação Athos, que desmontou uma quadrilha de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Na ocasião, ele teve um veículo de R$ 200 mil apreendido.
Fuzis
A denúncia de que Amaury teria recebido fuzis foi levada à Justiça em agosto de 2014. Nela consta que o juiz, que atuava na Vara de Execuções Criminais de Juiz de Fora, na Zona da Mata, recebeu por empréstimo dois fuzis calibre 556, e dois carregadores.
A PF desconfia que as armas seriam de servidores do sistema carcerário, mas ainda não está claro o motivo do "empréstimo".
O advogado que representa o juiz, Gustavo Carneiro Mendes, nega as acusações. Se for condenado nesta ação a mais de quatro anos de prisão, ele pode perder o cargo público. No âmbito do TJ, o juiz só pode ser punido com a aposentadoria compulsória. Enquanto está preso, ele recebe normalmente os vencimentos.