Minas registrou um salto no número de casos de dengue em 2015 na comparação com o ano anterior. Nos últimos nove meses, o Estado contabilizou 127.246 casos confirmados da doença. Já em todo o ano de 2014 foram 49.360.
As estatísticas de mortes em decorrência de complicações da dengue também já superaram o registrado no ano passado. Ate setembro deste ano, 54 pessoas morreram com a doença em Minas, contra 51 entre janeiro e dezembro de 2014.
Os dados são do último boletim divulgado pela SES (Secretaria de Estado de Saúde) e apontam para a possibilidade de uma alta expressiva nos próximos meses, em função do início do período chuvoso no Brasil. Além disso, o número de casos registrados entre maio e agosto deste ano foram os maiores para estes meses desde 2008.
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Segundo a coordenadora do Programa Estadual de Controle Permanente da Dengue, Geane Andrade, alguns fatores combinados podem explicar o aumento dos casos da doença no Estado. Um deles está relacionado à escassez de água em Minas.
— Com a crise hídrica, as pessoas passaram a armazenar água da chuva sem muito cuidado e isso aumentou os focos larvários nesses depósitos.
No entanto, ela explica também que a dengue é uma doença cíclica. Ou seja, há períodos com alto índice de infestação acompanhados por anos com uma queda expressiva.
— Há um histórico de anos de epidemia seguidos de anos de baixo número de casos da doença. Em 2013, a infestação foi muito grande e bem maior do que o esperado. No ano seguinte, houve uma redução muito significativa.
Em 2013, Minas enfrentou a maior epidemia de dengue da história com 368.387 casos da doença e 117 mortes.
Prevenção
Com a proximidade do início do período chuvoso, Geane afirma que o governo de Minas está estimulando os municípios a organizarem planos de contingência para tentar evitar o crescimento da doença, conforme a tendência.
Além disso, ela afirmou que já neste mês de outubro o governo de Minas terá em mãos o resultado do LIRAa (Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti) realizado nos 136 maiores municípios do Estado. Com isso, a Secretaria poderá identificar as áreas mais críticas de infestação.
— O LIRAa é feito três vezes por ano e este último é o mais estratégico porque a transmissão mais efetiva da doença ainda não começou e há tempo para prevenir e elaborar um planejamento para evitar uma epidemia.
Doença
A dengue é uma doença infecciosa transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Atualmente, há quatro sorotipos em circulação no Brasil e entre os sintomas mais comuns estão febre alta, associada à dor de cabeça, prostração, dores musculares, nas juntas, atrás dos olhos, vermelhidão no corpo e coceira. O diagnóstico da doença é feito por exame clínico e exame de sangue.