Professores da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) anunciaram a paralisação das atividades a partir desta quinta-feira (9), em protesto contra os cortes na educação e pela recomposição salarial. A decisão foi tomada em uma assembleia do sindicato APUBHUFMG+, que aconteceu nesta segunda-feira (6).
A categoria também se manifestou contra a proposta de mensalidades nas universidades públicas, privatizações, reformas trabalhistas e teto de gastos para a educação. Além da paralisação das atividades, nesta quinta (9), os professores realizarão um protesto na Praça Afonso Arinos, no Centro de Belo Horizonte, a partir das 15h30.
Corte de gastos
Um dos pontos centrais que motivaram a paralisação foi os cortes orçamentários na educação. Segundo a categoria, os contingenciamentos afetaram toda a comunidade acadêmica, como estudantes, membros do setor administrativo, setor de limpeza e alimentação, segurança, além do corpo docente.
No dia 27 de maio, o Ministério da Educação bloqueou 14,5% da verba das universidades e institutos federais para despesas de custeio e investimento. O anúncio foi feito depois que o Governo Federal decidiu cortar gastos de alguns ministérios. A justificativa seria a necessidade de cumprir o teto de gastos, regra que limita as despesas públicas.
A UFMG já havia se manifestado contrária ao corte orçamentário. Em nota, a instituição afirmou que o orçamento previsto para o ano de 2022 já era inadequado, sendo 7,43% menor do que o de 2020 e semelhante ao executado no ano de 2008. O contingenciamento anunciado correspondia a uma redução de R$32 milhões, mas foi revertido para 16 milhões, após mobilização da comunidade científica e acadêmica.
A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados promoveu audiência pública virtual, nesta segunda-feira (6), para tratar da realidade enfrentada pelas universidades federais do Brasil. A vice-presidenta da APUBHUFMG+, Analise de Jesus da Silva, compareceu virtualmente à audiência.
*Estagiária sob supervisão de Ana Gomes