Um caso amoroso apimentado por vingança pode ser a origem da chacina que vitimou uma criança de cinco anos e quatro adultos de uma mesma família, na madrugada desta segunda-feria (15), em Itaipé, no Vale do Mucuri, a 550 quilômetros de Belo Horizonte.
Testemunhas relataram aos investigadores que o acusado dos disparos, José Nilson Moreira de Jesus, de 34 anos, teria "se envolvido, no passado", com a mulher de um homem identificado como Rogério, tio da criança assassinada e que, atualmente, mora em São Paulo.
Moreira, que nega ser autor da chacina, foi preso oito horas depois da carnificina. Tanto ele quanto Rogério são suspeitos de pistolagem no Vale do Mucuri.
Testemunhas não souberam precisar a data em que Moreira "se envolveu" com a mulher do desafeto, mas disseram aos policiais que, "no passado", Rogério ficou indignado com a investida de outro homem contra sua esposa e tentou matá-lo a tiros.
Nenhum disparo acertou o alvo. Nesta madrugada, Moreira decidiu se vingar. Como Rogério mora no estado vizinho, optou por tirar a vida dos parentes dele.
O suspeito foi à fazenda em que os pais de Rogério moravam e matou cinco pessoas, entre elas o menino de cinco anos, neto do casal de idosos. O corpo do pequeno Luca foi localizado na sala.
No mesmo cômodo, morreram os pais dele - Anália, de 26, e Pierre, de 37 - e a avó materna, Rosane Aparecida, de 55. O corpo do avô - Geraldo, de 56 - foi encontrado na cozinha.
Um garoto de 10 anos, irmão mais velho do menino de cinco, escapou da chacina ao se esconder debaixo da cama. Depois, correu para a casa da tia, vizinha à dele, e relatou o desespero. A mulher pegou o sobrinho e fugiu para a mata.
Assim que amanheceu, ela acionou a polícia. Os investigadores ouviram o relato do garoto e prenderam o suspeito em casa. Na residência de Moreira, encontraram uma bermuda suja de sangue. Uma amostra foi encaminhada à análise da perícia técnica. Ele é suspeito de outros nove homicídios na região.
Em seguida, os policiais foram à fazenda. Encontraram 16 estojos de 380, oito munições do mesmo calibre, um telefone celular e três espingardas de fabricação caseira. Os investigadores não informaram se o armamento pertence ao suspeito detido ou à família assassinada.
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