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OPAS prevê aumento de mortes pela Covid-19 em 3 a 6 semanas na América Latina

Uma das maiores preocupações é com a Nicarágua, que não impôs regras de isolamento social e não faz testes

Folha de Pernambuco|

Uma das maiores preocupações é com a Nicarágua, que não impôs regras de isolamento social e não faz testes
Uma das maiores preocupações é com a Nicarágua, que não impôs regras de isolamento social e não faz testes Uma das maiores preocupações é com a Nicarágua, que não impôs regras de isolamento social e não faz testes

As mortes em decorrência da Covid-19 aumentarão nas próximas três a seis semanas na América Latina, disse nesta terça-feira (7) a diretora da Organização Pan Americana da Saúde (OPAS), ressaltando que tudo dependerá do cumprimento das medidas para evitar os contágios e dos recursos disponíveis.

Carissa Etienne, titular do escritório da Organização Mundial da Saúde (OMS), disse que o impacto à saúde do novo coronavírus não será igual em todos os países latino-americanos, mas muitos começarão a ver no final de abril e início de maio um maior número de infectados e de mortos pela doença. E ressaltou que alguns inclusive verão seus sistemas de saúde ficar sobrecarregados.

"Obviamente, tudo isso depende do quanto os países cumpram o distanciamento social, se estão dispostos a continuar essas medidas, se têm funcionários suficientes na saúde e número de leitos nos hospitais, principalmente de unidades de cuidados intensivos (UTIs), e se contam com um número suficiente de respiradores e equipamentos de proteção pessoal", explicou Etienne em uma coletiva de Imprensa feita por videoconferência.

O novo coronavírus provocou mais de 80 mil mortes e 1,4 milhão de contágios confirmados em todo o mundo desde que o primeiro caso foi registrado na China, em dezembro.

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Desde o começo da pandemia, a América Latina e o Caribe somam 1.466 mortos e 37.545 casos, até a noite desta terça-feira. "Em apenas sete dias, vimos mais que o dobro do número de casos e mortes em nossa região. A pandemia está se acelerando rapidamente", disse ela.

"A situação vai piorar antes de melhorar, e todos precisamos estar preparados para as próximas semanas, que serão ainda mais difíceis", acrescentou.

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Etienne afirmou que o impacto da pandemia será "devastador" onde os profissionais de saúde estão ausentes e pediu para que eles sejam lembrados com apreço e solidariedade, alertando para não estigmatizá-los. Além disso, pediu aos países que se organizassem para garantir o fornecimento de equipamentos de proteção aos hospitais e trabalhassem com o setor privado para encontrar "soluções inovadoras para aumentar a sua produção".

"Agora não é hora de acumular e acumular. É hora de aliviar as restrições à exportação e adotar regulamentos flexíveis que permitam a chegada (desses equipamentos) aos locais que serão mais afetados nas próximas semanas", enfatizou.

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Gestão "inadequada" da Nicarágua

Etienne não especificou quais países latino-americanos seguem melhor as recomendações da OPAS/OMS para enfrentar a ameaça do novo coronavírus. Mas ele demonstrou a "preocupação" por parte da agência com a resposta da Nicarágua à crise.

"Estamos preocupados com a falta de distanciamento social, a convocação de reuniões de massa. Estamos preocupados com exames, a rastreabilidade de contatos e a notificação de casos. Também estamos preocupados com o que vemos como prevenção e controle inadequados de infecções", afirmou.

A Nicarágua é o único país da América Latina que não fechou suas fronteiras, não tomou medidas para confinar a população, mantém escolas abertas e promove feiras, atividades recreativas e turísticas, algo que tem sido fortemente questionado por médicos, empresários e opositores.

Neste país da América Central, de 6,3 milhões de habitantes, apenas seis casos importados e um falecido foram detectados, mas não há relato oficial de testes realizados.

Etienne disse que a OPAS, "em vários momentos e em vários níveis, tanto informal quanto formalmente", levantou preocupações com o governo de Daniel Ortega em relação à gestão da pandemia, declarada uma pandemia pela OMS em 11 de março.

"A OPAS continua preparada para trabalhar com as autoridades nicaraguenses para garantir que elas estejam realmente respondendo à Covid-19 de uma maneira que salvará vidas", disse ele.

Rosario Murillo, porta-voz do governo e esposa de Ortega, usa referências religiosas para falar sobre a doença e presta "imensos agradecimentos a Deus" pela recuperação dos infectados.

Essa região da América Latina e do Caribe alcançou 10 mil casos confirmados da Covid-19 em 27 de março, tendo dobrado o número de casos em cinco dias depois, passando dos 30 mil casos.

Segundo a contagem da AFP, o Brasil registra mais de um terço das infecções (13.717) e a maior cifra de mortos (667). Com 3.747 casos, o Equador o segue em número de mortos (191). "Fomos à guerra sem armas", disse uma enfermeira de Guayaquil, que se tornou símbolo do combate ao coronavírus na região, em entrevista à AFP.

Por quantidade de casos, o Chile (5.116 contágios e 43 mortes) aparece em segundo. Depois seguem Peru (2.954, 107), México (2.439, 125), Panamá (2.100, 55) e República Dominicana (1.956, 98).

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