Os números da pesquisa Datafolha, quantificando de forma expressiva a dificuldade do presidente Temer em viabilizar sua candidatura à reeleição deram um choque de realismo nos assessores mais próximos ao emedebista.
A primeira reação de Temer foi se fechar para fazer o recálculo político. Há três dias o presidente não faz discursos ou participa de eventos públicos. Paralelamente, também tenta se antecipar a possíveis complicações no cenário jurídico.
Os argumentos do Planalto para combater os números do Datafolha — indicando que Temer é reprovado por 70% e aprovado por 6% — foram sintetizados pelo ministro Carlos Marun, da Secretaria de Governo. Pelos cálculos do medebista, com Lula fora da disputa, sobraram nomes como Jair Bolsonaro, Marina Silva e Joaquim Barbosa. “Daqui a pouco o país vai cair na real. Isso aqui é um país que nós tiramos de um completo descalabro há dois anos. Não é o momento de brincar de salvador da Pátria”, declara Marun.
Em resumo, o raciocínio de Temer e assessores é que, com o início da campanha presidencial, o governo terá resultados a mostrar em vários setores e vai poder contrapor estes dados a “promessas vazias” de candidatos que desejariam se oferecer como “salvação nacional”, mas “estão de mãos vazias”.
A equipe de campanha de Temer também se prepara para “desmontar mentiras” de adversários do emedebista. Marum explicita esta estratégia: “Não gostaria que ninguém se elegesse mentindo. Quem se eleger dizendo que a reforma da Previdência não é necessária, que o limite de gastos públicos não é necessário, não está à altura dos problemas do país.” E completa: “O Brasil não tem outra agenda possível”.
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