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Sem puxador de votos, tucanos caminham para encolhimento inédito

Partido que já foi o mais influente no Congresso, PSDB cairá para a posição de sexta bancada da Câmara se mantiver isolamento

Christina Lemos|Do R7

O tucano, ave-símbolo do PSDB: partido vive momento limite e arrisca virar legenda periférica no Parlamento
O tucano, ave-símbolo do PSDB: partido vive momento limite e arrisca virar legenda periférica no Parlamento O tucano, ave-símbolo do PSDB: partido vive momento limite e arrisca virar legenda periférica no Parlamento

Principal representante da social-democracia no Brasil, que já foi a corrente política dominante de 1995 a 2003, o PSDB está a caminho de se tornar uma força periférica no Congresso Nacional, com uma bancada de menos de 30 deputados federais. Os cálculos de líderes parlamentares levam em conta as trocas partidárias que devem ocorrer a partir de 3 de março e sinalizam a possibilidade de a bancada tucana ser reduzida a 27 deputados. A falta de um projeto nacional competitivo é vista como responsável pelo encolhimento jamais experimentado pela legenda.

O PSDB, que tem entre seus legados a estabilização da economia do país, com a concepção e a implantação do real – que pôs fim à inflação, a partir do governo Itamar Franco, em 1994, e levou Fernando Henrique Cardoso ao Planalto por oito anos –, pode iniciar 2023 na condição de sexta bancada na Câmara. A posição ao fim da fila e ao lado de partidos pequenos ou nanicos reflete o isolamento dos tucanos diante do inchaço das legendas de centro e de esquerda, para as quais migrarão os parlamentares, à bordo das candidaturas presidenciais competitivas de Bolsonaro e Lula.

Sem uma bancada representativa e numerosa, o PSDB perde chances de disputar os principais cargos do Parlamento e verá seu poder de influência drasticamente reduzido. Nestas eleições, alguns partidos decidiram priorizar a formação de bancadas robustas, na expectativa de turbinar suas possibilidades na próxima legislatura. 

O movimento de reação no núcleo tucano ainda é tímido e inclui uma proposta de federação com o Cidadania – iniciativa que está longe de fazer frente ao avanço de legendas de direita, como o União Brasil, resultado da fusão entre DEM e PSL, que deve constituir a segunda bancada do Congresso, com estimadas 61 vagas.

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O descompasso no PSDB é resultado de forte racha interno entre correntes históricas e a ala que gravita em torno do governador de São Paulo, João Doria. O titular do Palácio dos Bandeirantes segue com desempenho inexpressivo nas pesquisas. Fundadores do partido têm dialogado com representantes petistas e dado andamento a negociações por uma frente ampla para derrotar Bolsonaro.

O cenário desfavorável para os tucanos é coroado com uma situação inesperada para o partido: a possível presença de um de seus representantes históricos na chapa de Lula, nestas eleições. Geraldo Alckmin, que deixou o PSDB em dezembro, como efeito do esgarçamento das relações internas na legenda, avança nas tratativas para figurar ao lado do petista na campanha, numa espécie de guinada na própria trajetória política.

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