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Hamas pela primeira vez estaria admitindo negociar com Israel

Grupo está com dificuldade estratégicas, em crise com a Autoridade Palestina e, segundo jornal, alguns membros já cogitam um longo cessar-fogo

Nosso Mundo|Eugenio Goussinsky, do R7

Manifestações se transformaram em confrontos
Manifestações se transformaram em confrontos Manifestações se transformaram em confrontos

Pela primeira vez em mais de 30 anos, líderes do Hamas na Faixa de Gaza, já admitem uma negociação de cessar-fogo com Israel. Não se trata de uma negociação de paz. Mas só o fato de ser uma negociação deve ser visto com um certo otimismo, devido ao caráter radical do grupo palestino em relação ao Estado Judaico.

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Foram anos de manifestações, muitas vezes violentas, lançamentos de mísseis e organização de atentados brutais dentro do território israelense. Tudo por causa da bandeira anti-sionista que norteia a política do grupo, disposto a fazer de toda a região um país muçulmano, seguindo a Sharia (código de leis do islamismo).

Mas o jornal Haaretz, em texto de Amos Harel, informou que mensagens vindas do grupo, para o governo israelense, indicaram a disposição de negociar uma trégua de longo prazo na Faixa de Gaza.

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Isso em um momento em que o grupo, considerado terrorista por Israel e Estados Unidos, entre outros, apoia manifestações na fronteira, reprimidas por Israel, levando à morte de palestinos. Desde 30 de março, mais de 40 palestinos foram mortos nestes protestos semanais, que se transformaram em violentos confrontos entre palestinos e soldados israelenses.

As manifestações foram marcadas por barricadas dos palestinos, que incendiaram pneus para formar uma nuvem de fumaça negra e dificultar a ação do exército isaelense, e por lançamento de pedras por parte dos militantes. Ocorreram como uma espécie de preparação para o Nakba Day, marcado para o próximo dia 15, e que reivindica o retorno de todos os refugiados que deixaram Israel entre 1947 e 1949, na Guerra de Independência.

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A perspectiva do Hamas é de que, junto com a trégua, haja troca de prisioneiros, relaxamento do cerco, com investimento em infraestrutura, e devolução de corpos. A possibilidade de acordo, porém, causou divergências no grupo, segundo o jornal Israel Hayom. 

Yahya Sinwar, líder do Hamas em Gaza, seria favorável à negociação. Já Ismail Haniyeh, chefe-geral do Hamas, mesmo conhecido por posições mais moderadas, teria se colocado contra. Sinwar considera que Hanieyh resiste em ceder à pressão do Irã. O grupo está acuado, passando por uma dificuldade estratégica inédita, principalmente devido à crise com a ANP (Autoridade Nacional Palestina), que comanda o governo autônomo na Cisjordânia.

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A cisão já existia, mas chegou a níveis muito altos após a suspensão de membros do Hamas suspeitos de tentar assassinar o primeiro-ministro da ANP, Rami Hamdallah, durante sua visita a Gaza em março último. O Hamas considera que a tentativa veio de membros descontentes da AP, ligadas ao chefe do Serviço Geral de Inteligência em Ramallah, Majid Faraj, que fazia parte do comboio.

Do ponto de vista histórico, esta possibilidade inimaginável já ocorreu em outras ocasiões. Egito e Jordânia, por exemplo, eram ferrenhos inimigos de Israel e negociaram acordos de paz em 1979 e 1995, respectivamente.

Até mesmo a Organização da Libertação da Palestina, de Yasser Arafat, tinha uma postura semelhante à do Hamas, nos anos 70, 80 e 90. No entanto, Arafat aceitou negociar um acordo de paz com Israel e o assinou em setembro de 1993, após apertar a mão do então primeiro-ministro Itzhak Rabin e do ministro das Relações Exteriores, Shimon Peres.

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