É humano, demasiadamente humano, que doenças até então desconhecidas e que surgem com fama de mortais causem apreensão, curiosidade e cuidados. Mas pânico é outro departamento. E no caso do coronavírus, no Brasil, qualquer alarmismo deve ser considerado falta de informação ou pura cafonice, apesar da confirmação do 14º paciente infectado.
Já tem gente usando máscara hospitalar como se fosse adereço chique. Fica a dica: não é, a não ser que a pessoa ache aquela faixa branca na boca mais sexy que touca ninja. Se a intenção é se proteger de contágio, lavar as mãos várias vezes ao dia é um hábito que deveria ser de toda a vida, eficiente e sem nenhuma polêmica estética.
Leia mais: Dengue é mais preocupante que coronavírus para brasileiros
Já tem gente dirigindo o próprio carro, sozinho, com máscara. Vidros fechados, ar condicionado interno ligado, vidro fumê grau Darth Vader. Está de protegendo de si mesmo, só pode. Em um vagão cheio de metrô, dizem as autoridades sanitárias, se todos estiverem usando balacravas cirúrgicas, o único mal-estar evitável será o mau hálito de terceiros.
Mas que tal voltarmos nossa atenção para uma velha conhecida, a dengue? Lembram dela? Pois o maldito mosquito continua esvoaçante por aí, espalhando uma moléstia assassina e, em tese, bem mais fácil de controlar. Tenhamos foco no verdadeiro foco: o Aedes aegypti!
Em 2019, haviam sido confirmadas 754 mortes, atrás apenas de 2015, ano da pior epidemia já registrada neste país. O número de casos prováveis da doença ultrapassa 1,5 milhão. A média é de pouco mais de 6 mil novos casos por dia. Isso sim é grave, sério, assustador, mortal.
Leia mais: Veja a situação da dengue em cada um dos estados do Brasil
Aí aparece um senhor bem de vida, voltando de uma viagem a trabalho da Itália, que felizmente tem dinheiro para se tratar no Einstein e ficar de quarentena em sua confortável casa. Sabe o que todos devíamos fazer? Desejar muita saúde à família dele e tocarmos nossas vidas. Sem pânico.