O governo de Jair Bolsonaro (PL) terá uma reforma ministerial em abril, prazo estabelecido para que eventuais candidatos se desincompatibilizem de cargos públicos e possam disputar eleições. No governo Bolsonaro, a dança das cadeiras deve envolver 12 dos 23 ministros de Estado que disputarão cargos na Câmara e no Senado e governos estaduais.
No fim do ano passado, o R7 Planalto apurou que ao menos 11 ministros deixariam os cargos. Em janeiro, mais um ministro confirmou a interlocutores que deve sair e o próprio Bolsonaro falou que as mudanças devem atingir 12 pastas.
Interlocutores do presidente confirmaram à reportagem que o objetivo de Bolsonaro é privilegiar os quadros técnicos em detrimento de indicações políticas, ao menos em duas pastas, a Infraestrutura e a Saúde.
Nos dois ministérios, desde o início do ano a comunicação intensificou publicidades às ações dos secretários-executivos que devem assumir os trabalhos a partir de abril: Marcelo Sampaio na Infraestrutura (Tarcísio de Freitas deve disputar o governo de São Paulo) e Rodrigo Cruz na Saúde (Marcelo Queiroga deve disputar Câmara ou Senado pela Paraíba).
Apesar de ser genro do ministro da Secretaria-Geral, Luiz Eduardo Ramos, Sampaio é considerado um quadro técnico por ser servidor de carreira do Ministério do Planejamento na área de Infraestrutura antes de ter assumido a secretaria executiva no Ministério da Infraestrutura há três anos.
Na Saúde, caso o ministro Marcelo Queiroga decida ser candidato ao Congresso pela Paraíba, o favorito é o atual secretário-executivo Rodrigo Cruz, que conta com o apoio da cúpula do governo federal, apesar de também ser um servidor de carreira.
Em outras pastas, é possível que aliados da base de apoio de Bolsonaro no Congresso e que não pretendem disputar as eleições assumam o comando.