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Brasileira que mora em Israel relata terror causado pelo Hamas

Grupo terrorista já lançou cerca de 1600 foguetes contra cidades israelenses, de acordo com os militares de Israel

Refletindo Sobre a Notícia por Ana Carolina Cury|Do R7 e Ana Carolina Cury

"Estava no meu quarto quando ouvi a sirene. Logo corri para o corredor do prédio onde moro e vi todos descerem as escadas, então fui junto. Ficamos no bunker (estrutura de proteção) por horas. Quando ouvi a segunda sirene, ela veio acompanhada por vários barulhos de explosão muito altos e senti todo o prédio tremer. Tive muito medo".

Foram com essas palavras que a brasileira Ariella Zagury, de 24 anos, narrou o momento em que dois mísseis do sistema de proteção Cúpula de Ferro israelense interceptaram foguetes do Hamas no ar. Ela mora em um prédio militar em Ramat Gan, cidade que fica aos arredores de Tel Aviv.

Quando os ataques começaram a chegar no sul do país, a jovem, inicialmente, ficou despreocupada, afinal, nunca tinha ouvido antes a sirene de alerta soar em sua cidade. Mas, na madrugada do dia 11 para o dia 12 de maio, as sirenes tocaram. Ariella não podia acreditar. "Tinha certeza de que o prédio desabaria sobre a minha cabeça", lembra.

Dezenas de foguetes foram disparados contra Israel da Faixa de Gaza, em 12 de maio
Dezenas de foguetes foram disparados contra Israel da Faixa de Gaza, em 12 de maio Dezenas de foguetes foram disparados contra Israel da Faixa de Gaza, em 12 de maio

Natural de Belém do Pará, a jovem se alistou em dezembro do ano passado no Exércio de Defesa de Israel, onde trabalha como arquiteta. Ainda de acordo com Ariella, seus colegas de exército, a maioria israelense, estavam tranquilos. "Chorava e tremia muito e, enquanto estava desesperada, eles estavam jogando cartas. Perguntei como podiam se acostumar a isso e eles me explicaram que faz parte de ser israelense. A maioria deles convive com esse terror desde pequenos, já passaram por muitos conflitos. Para mim, tudo é novidade".

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Atualmente, cerca de 25 mil brasileiros moram em Israel. Eles estão acostumados à rotina militar do pequeno país do Oriente Médio, onde jovens soldados circulam com metralhadoras pelas ruas. Isso acontece porque, em Israel, todos - homens e mulheres - devem se alistar obrigatoriamente ao completarem 18 anos de idade.

Contudo, mesmo com toda a tensão e tendo que passar por tudo isso sozinha, afinal, seus pais estão no Brasil, a jovem soldada diz se sentir mais confiante agora. "Por mais assustadora que seja a situação que estamos vivendo, tenho certeza que aqui é o lugar mais seguro do mundo".

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Entenda o conflito

A escalada de violência em Israel começou depois do episódio que envolve a disputa judicial entre famílias judias e muçulmanas por algumas propriedades em Sheik Jarrah, um bairro de Jerusalém Oriental. Pela lei internacional, as famílias israelenses têm direito de pedir reintegração de posse após terem perdido suas propriedades para a Jordânia.

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O cientista político, especialista em Israel, Oriente Médio e Segurança Nacional, André Lajst, explica que esse não se trata de um confisco de terras ou um conflito entre o Estado de Israel e a Autoridade Palestina, porém uma disputa entre cidadãos privados que ocorre nos tribunais da cidade.

Jovem brasileira que mora em Israel relata o drama e o medo causados pela escalada de violência que aflige o país
Jovem brasileira que mora em Israel relata o drama e o medo causados pela escalada de violência que aflige o país Jovem brasileira que mora em Israel relata o drama e o medo causados pela escalada de violência que aflige o país

"E, além de Jerusalém Oriental ter que lidar com essa disputa de propriedade privada há algumas semanas, um grupo pequeno de jovens palestinos que vive em Jerusalém Oriental, começou a se filmar, esbofeteando judeus ortodoxos em locais públicos da cidade por diversão, e postaram as ações nas redes sociais. As postagens viralizaram e obviamente que tais vídeos geraram revolta (...) Um grupo radical israelense chamado Leahava – labareda – decidiu protestar de forma agressiva", acrescenta.

Tudo isso foi o estopim para gerar o pior ataque dos últimos sete anos ao país. O grupo terrorista Hamas, que detém o controle da Faixa de Gaza, disparou milhares de foguetes em direção a Israel, alcançando diversas cidades. Até então, o poderio bélico do Hamas não os permitia chegar perto de Tel Aviv, onde estão os arranha céus do país.

Os civis são as maiores vítimas

A jornalista brasileira, Amanda Aron, revela medo e preocupação com seus familiares e amigos que moram em Israel. "Meus primos, sogros, cunhados, sobrinhos residem lá. Então, quando acompanho as notícias e escuto por eles o que está acontecendo, fico muito agoniada. Os ataques estão cada vez mais fortes e o Hamas cada vez mais poderoso, recebendo muito investimento internacional. São bilhões de dólares que eles destinam exclusivamente ao terror", detalha.

Até agora, o conflito já deixou pelo menos 100 mortos e mais de 600 feridos. Aqui no Brasil, grupos políticos do PT e do MST estão disparando comunicados e organizando carreatas em prol da Palestina sem sequer demonstrar preocupação com os milhares de habitantes brasileiros que residem em Israel e estão apavorados.

Exército israelense nas ruas do centro da cidade de Lod
Exército israelense nas ruas do centro da cidade de Lod Exército israelense nas ruas do centro da cidade de Lod

Pegando carona com esses militantes, alguns veículos de comunicação dão a entender que quem começou o ataque foi Israel quando quem iniciou foram os terroristas. Porque, por mais problemático que seja esse e outros conflitos, nada justifica lançar mísseis ou foguetes para matar pessoas inocentes, sejam elas israelenses ou palestinas.

Diante desse cenário, o internacionalista e especialista em política do Oriente Médio, Luiz Fernando Chimanovitch, alerta que a imprensa precisa ter mais equilíbrio nas coberturas sobre o tema.

"Vemos sempre o lado palestino ser a vítima e o Estado de Israel o algoz. Isso criou uma narrativa que incita o preconceito e a raiva contra qualquer demonstração de defesa israelense contra os ataques do Hamas. Não são ativistas nem militantes, são terroristas sanguinários que tem como objetivo eliminar Israel do mapa e matar quantos civis e militares israelenses puderem, diferentemente do Exército de Israel, que faz operações cirúrgicas atacando diretamente os membros dessa organização terrorista, avisando os civis para fugirem das áreas de bombardeio".

Apesar da preocupação internacional, Chimanovitch diz que não consegue enxergar uma solução que ponha fim ao conflito. "Israel tentará de qualquer maneira dar um golpe duro no Hamas para que eles precisem de muitos anos para se recuperarem", conclui.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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