Tiroteios no complexo da Maré, na zona norte do Rio, na manhã desta segunda-feira (3), assustaram moradores e levaram alunos de uma escola próxima à Vila Olímpica da favela a deitarem no chão para se proteger dos disparos.
A unidade faz parte de um projeto social e atende alunos de seis a 15 anos com dificuldade de aprendizado. As aulas interrompidas pela manhã e no período da tarde permaneceriam suspensas, segundo informou a direção da Ong.
Uma professora contou ao R7 que os alunos ficaram muito assustados e que a única solução para tentar protegê-los foi pedir para que todos se deitassem no chão. Ela questiona a atuação da Força de Pacificação.
— Onde estavam os milhares de militares que ocupam a Maré que não impediram o tiroteio?
Ainda de acordo com a professora, um menor ferido na região da escola foi socorrido por ela e moradores.
— Nós o levamos em uma kombi para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento). Não tinha nenhum militar para ajudar. Não sabemos se ele era envolvido com o crime, mas isso é o que menos importa nesse momento.
O confronto também levou medo a motoristas, já que era ouvido por quem passava pelas linhas Amarela e Vermelha e avenida Brasil. O BPVE (Batalhão Policial de Vias Expressas), no entanto, afirmou que o confronto não afetou o tráfego de nenhuma das vias expressas.
De acordo com o Comando da Força de Pacificação, por volta das 8h50, militares foram atacados a tiros por supostos integrantes de facções na região da Vila do João. Houve revide e um dos criminosos ficou ferido. O outro conseguiu fugir.
O ferido foi socorrido pelos militares e, em seguida, foi conduzido para a UPA da Maré. Por volta das 12h20, a Força de Pacificação informou ao R7 que o suspeito não resistiu aos ferimentos.
Ainda de acordo com a Força de Pacificação, moradores informaram aos militares que outro confronto entre grupos de facções rivais ocorrido por volta das 10h, na região da Vila Olímpica, no bairro Nova Maré, teria deixado mais um ferido. Os militares ressaltaram que não viram a pessoa ferida.