Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Após reintegração de posse de antiga fábrica no Rio, famílias acampam em calçada: “nosso Natal será na rua”

Antigos moradores afirmam que pertences teriam ficado na fábrica abandonada

Rio de Janeiro|Rodrigo Teixeira, do R7

Moradores protestam após serem retirados de fábrica abandonada
Moradores protestam após serem retirados de fábrica abandonada Moradores protestam após serem retirados de fábrica abandonada

Cerca de duas mil famílias que ocupavam uma antiga fábrica de plásticos na Avenida Itaoca, um dos acessos ao Complexo de favelas do Alemão, na zona norte do Rio, deixaram o terreno sem resistência no fim manhã desta terça (16). Mas muitas famílias ficaram sem lugar para morar e decidiram acampar em frente ao local que abandonaram. Roberto de Souza, desempregado, pai de três filhos, afirmou que a prefeitura tem que se posicionar sobre as promessas feitas ao grupo.

— Mais de 200 famílias voltaram para lá. E estão na calçada. Eu sou pai de três filhos e o quarto minha mulher está esperando. Não sei como vai ser nosso futuro. Estamos no olho da rua. Foi na rua que jogaram a gente.

Kaline Mendes vai passar o Natal com seu filho na rua
Kaline Mendes vai passar o Natal com seu filho na rua Kaline Mendes vai passar o Natal com seu filho na rua

A fábrica abandonada foi fechada há quase uma década. As famílias viviam no local em condições precárias. Kaline Mendes, que segurava seu bebê de um ano no colo, disse que agora não tem lugar para ir e contou como faz para cuidar do filho na rua.

— Na hora de dar banho no meu filho eu peço um balde de água nas casas próximas. O mais triste é que nosso Natal será na rua. Me dá uma aperto no coração, mas eu não tenho para onde ir. Só Deus para olhar pela gente nesse momento.

Publicidade

As famílias foram levados ao Olaria Atlético Clube, a cerca de 4km de distância, onde foram orientadas sobre cadastrados em programas sociais. Roberto reclamou da falta de aluguel social enquanto esperam por uma moradia digna.

— Tudo que prometeram para a gente sair de lá não chegou. Fizemos cadastro, eu não aguento mais preencher papel que não vai dar em nada. Morei na ocupação por dez meses. Pelo menos lá eu tinha um teto e água para os meus filhos.

Publicidade

Roberto reclamou do abrigo para onde foi enviado inicialmente.

— Enviaram a gente para um abrigo em Paciência. Mas lá disseram que o local era para pessoas em recuperação de drogas e crianças não poderia ficar. Não deram comida direito. Foi uma banana e uma maça para passar o dia. Assim não dá.

Publicidade

Outro lado

A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SMDS), responsável pelo suporte emergencial a estas famílias, esclareceu que as pessoas que desocuparam a antiga fábrica foram encaminhadas para a Unidade de Reinserção Social (URS) Rio Acolhedor, em Paciência. Receberam os cuidados cabíveis da rede de proteção social do município.

Em nota afirmaram que não houve nenhum problema relativo à falta de água ou alimentação e todos receberam as refeições ofertadas na unidade. Após tomarem o café da manhã desta quarta-feira (17), a maioria decidiu deixar o abrigo por conta própria. Apenas sete pessoas que estavam no terreno invadido no Complexo do Alemão permaneceram na unidade.

A SMDS informou ainda que não há consumo de drogas dentro das unidades e que e os Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS) do município estão disponíveis para receber e assistir pessoas em situação de vulnerabilidade social.

Assista ao vídeo:

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.