O TRE-RJ confirmou que, em Niterói, na região metropolitana do Rio, foram registrados filas e atrasos de até duas horas, em razão do sistema de biometria, utilizado pela primeira vez na cidade. Entretanto, segundo Adriana Brandão, diretora geral do TRE-RJ, quem estiver na zona eleitoral até as 17h vai votar.
As urnas biométricas, que identificam o eleitor pelas digitais, dividiram opiniões. Na cidade, foram flagradas boca de urna em vários locais de votação e até compra de voto. Niterói é sétimo colégio eleitoral do Estado, com 352,4 mil eleitores.
Problemas com o sistema foram relatados em seções do centro, Largo da Batalha e de Santa Cruz. Em muitos casos, após oito tentativas inválidas, os mesários tiveram de fazer identificação manual dos eleitores. A aposentada Ana Maria Muguel, de 61 anos, disse que esta eleição foi a que lhe tomou mais tempo.
─ A biometria custa a identificar a digital. Tem um aparelho, mas você passa uma, duas, três vezes e nada. É muita demora.
A diarista Márcia Regina de Souza, de 47 anos, teve a mesma impressão e classificou a eleição como “enrolada”.
─ Tem uma maquininha só em cada sala. Passei o dedo um monte de vezes e não consegui.
Alguns eleitores de Niterói não tiveram problemas e elogiaram a biometria. Segundo a aposentada Iracema Corrêa, de 77 anos, o processo foi rápido. A mesma sensação teve a administradora Marna Izabel Rodrigues, de 58 anos, que disse não ter encontrado dificuldades.
Em Niterói, a boca de urna predominou em todas as seções. Na Escola Estadual Leopoldo Fróes, o maior local de votação da cidade, um cabo eleitoral foi flagrado pagando R$ 50 para um eleitor que tinha acabado de votar. No local, dezenas de cabos eleitorais distribuíam santinhos sem constrangimento. Crianças desacompanhadas também foram vistas com material de campanha. Com a chegada de um carro da Polícia Rodoviária Federal, elas descartaram panfletos de um dos principais candidatos a deputado federal.