Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Busto de Rubens Paiva é inaugurado no Rio em frente a local de tortura na ditadura

A irmã e a filha do ex-deputado, morto em 1971, estiveram no evento, nesta sexta

Rio de Janeiro|Do R7

A filha de Paiva (de azul) e a irmã (com as flores) estiveram na inauguração
A filha de Paiva (de azul) e a irmã (com as flores) estiveram na inauguração A filha de Paiva (de azul) e a irmã (com as flores) estiveram na inauguração

Foi inaugurado na tarde desta sexta-feira (12) o busto do ex-deputado federal e engenheiro Rubens Paiva, em frente ao Doi-Codi (Departamento de Operações de Informações) do Exército, na Tijuca, na zona norte do Rio, onde ele foi torturado e morto em 1971.

Participaram da homenagem a irmã de Paiva, Maria Lúcia Paiva, e a filha dele, Eliane Paiva. O busto foi criado pelo Sindicato dos Engenheiros do Estado do Rio de Janeiro.

Militares acusados

Na quarta-feira, a 2ª turma do TRF2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região - RJ/ES) decidiu por unanimidade que o processo contra 5 militares reformados pela morte e desaparecimento do corpo do ex-deputado Rubens Paiva, em 1971, será continuado. A ação penal estava trancada por uma liminar da defesa dos réus.

Publicidade

Os desembargadores do TRF acataram o argumento do Ministério Público Federal de que a Lei da Anistia não se “aplica a crimes permanentes e de lesa humanidade”. Com a decisão, as testemunhas e os réus serão ouvidos em juízo.

Além de homicídio doloso, com intenção de matar, e ocultação de cadáver, os réus também irão responder por associação criminosa armada e fraude processual. São eles José Antonio Nogueira Belham, Rubens Paim Sampaio, Jurandyr Ochsendorf e Souza, Jacy Ochsendorf e Souza e Raymundo Ronaldo Campos.

Publicidade

A procuradora regional da República Silvana Batini classificou como história a decisão do TRF.

— Foi a primeira vez que a Justiça brasileira reconheceu que determinados crimes cometidos durante o período da ditadura militar configuram crimes contra a humanidade. E o Brasil é signatário de convenções internacionais que afirmam que os crimes contra a humanidade são insuscetíveis tanto da prescrição quanto da anistia.

Publicidade

Documentos desmentem Belham

O general Antônio Nogueira Belham pode ter seu álibi desmentido, caso se confirmem informações contidas em um documento apresentado na terça-feira (9) pela CNV (Comissão Nacional da Verdade). O general era comandante do DOI-Codi do Rio de Janeiro na época em que o ex-deputado Rubens Paiva foi torturado e morto.

Conforme a folha de alterações do militar, ele teria recebido diárias para trabalhar, mesmo de férias. Belham sempre utilizou o argumento das férias como álibi para dizer que não estava de serviço no período em que Paiva foi preso. De acordo com a comissão, o deputado morreu entre os dias 19 e 20 de janeiro de 1971.

A folha de alterações traz os registros da trajetória funcional de Belham. Dela consta que, apesar das férias iniciadas no dia 18, o militar foi deslocado, “em caráter sigiloso”, entre os dias 17 de janeiro e 13 de fevereiro, tendo recebido diárias inclusive no dia 20. Segundo o coordenador da comissão, Pedro Dallari, no depoimento que prestou nesta terça (9), o militar não soube explicar por que recebeu diárias durante as férias.

— O general Belham não conseguiu refutar de maneira consistente os documentos que, de posse da comissão, indicam que ele estava presente no DOI-Codi quando o parlamentar foi assassinado. E mais do que isso: que ele teve acesso e manipulou cadernetas apreendidas durante a prisão de Rubens Paiva. 

Assista ao vídeo:

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.