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“Colocou o dedo na cara da médica e disse que ia demitir”, diz enfermeira após Paes reclamar em hospital

Paes disse que médica do Lourenço Jorge "não dá atenção aos pacientes"

Rio de Janeiro|Do R7

Sindicato deve denunciar Paes por assédio moral nesta terça-feira
Sindicato deve denunciar Paes por assédio moral nesta terça-feira Sindicato deve denunciar Paes por assédio moral nesta terça-feira

Uma enfermeira do Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, zona oeste, testemunhou a discussão entre o prefeito Eduardo Paes (PMDB) e uma médica da unidade. Na noite de domingo (13), Paes esteve na unidade para levar seu filho de 11 anos que estava passando mal. De acordo com o Sindicato dos Médicos, ele teria faltado com respeito à médica após ela pedir a identificação do menino.

Segundo a enfermeira, ele ameaçou demitir a plantonista.

— O prefeito colocou o dedo na cara da médica e disse que ela estava demitida, que ele estava falando como patrão, não como cidadão. Que ele era o chefe dela, que pagava o salário dela e que ligaria para o secretário de Saúde para assegurar que ela não trabalhasse mais em nenhum local da rede municipal de Saúde.

Em entrevista na segunda-feira (14), Paes disse que a própria médica se demitiu.

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— Ela não dá atenção para os pacientes. Isso eu não vou aceitar na minha rede. Eu não sei se ela foi demitida, o que eu sei é que ela se demitiu.

Denúncia por assédio moral

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O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, será denunciado nesta terça-feira (15) ao Ministério Público do Trabalho por assédio moral contra a médica que atendeu seu filho na noite de domingo (13) no Hospital Municipal Lourenço Jorge.

Jorge Darze, presidente do sindicato, afirma que o prefeito jogou princípios como civilidade, urbanidade e moralidade "no lixo" na hora em que "faltou com respeito" com a profissional.

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— A médica que fez o atendimento pediu o documento da criança, e isso foi o suficiente para que a atitude de desatino da parte dele se exacerbasse.

Em nota oficial, o prefeito Eduardo Paes "reitera que continuará utilizando os hospitais municipais e cobrando - como cidadão e gestor - um melhor atendimento para a população. Ele lamenta que o presidente do Sindicato dos Médicos, sem conhecer os fatos, tente explorar politicamente o episódio".

Segundo Darze, o MPT-RJ tem que apurar o incidente porque ele acredita se tratar de um caso de assédio moral. O presidente afirmou, ainda, que a médica está traumatizada desde o episódio e "vive em prantos pelo que aconteceu". Darze também questiona o que seria a "falta de atenção" da médica, alvo da reclamação do prefeito.

— Essa expressão é desrespeitosa. O que é falta de atenção? Falta de atenção é o que a prefeitura promove quando não deixa o hospital em boas condições, sem equipamentos. O profissional trabalha com extrema responsabilidade.

O Sindmed/RJ também acredita que Paes, além de assédio moral, cometeu um crime de prevaricação. Em nota, a vice-presidente do sindicato, Sara Padron, afirma que o prefeito e secretário municipal de Saúde "são os principais responsáveis pelo tipo de atendimento prestado" nos hospitais da rede pública da cidade. O sindicato também rebate o prefeito, que afirmou que a equipe médica do Lourenço Jorge está completa, e afirma que a equipe de traumatologia não tem a equipe médica necessária.

Veja o vídeo:

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