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Com salários atrasados, servidores da Faetec deflagram greve por tempo indeterminado

Sem merenda, escolas não têm condições de funcionar, diz professora

Rio de Janeiro|Do R7*

Servidores da Faetec aprovaram greve em em assembleia realizada nesta manhã, em Quintino
Servidores da Faetec aprovaram greve em em assembleia realizada nesta manhã, em Quintino Servidores da Faetec aprovaram greve em em assembleia realizada nesta manhã, em Quintino

Professores e servidores técnicos-administrativos da Faetec deflagraram greve por tempo indeterminado durante assembleia, realizada nesta segunda-feira (7), na unidade de Quintino, zona norte do Rio.

A categoria afirma que não há condições para o retorno das aulas. Além da situação financeira dos funcionários, que já acumulam quatro meses de salários atrasados, as escolas enfrentam também dificuldades estruturais que têm prejudicado o funcionamento da rede.

A situação não é novidade. Em abril deste ano, alunos, professores e servidores já se mostravam preocupados com o abandono das escolas. Na época, até animais foram flagrados circulando dentro de alguma unidades — sem serviço de capinagem, o mato estava alto e faltavam funcionários para realizar a limpeza e preparar a alimentação dos alunos.

Pouco mais de quatro meses depois, o cenário, hoje, não é diferente, como expressa a servidora Ivaneide Silva. Assistente administrativa, ela trabalha na unidade de Santa Cruz, na zona oeste da cidade. 

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— Não tem condição nenhuma, não tem material de limpeza, a gente está com uma única funcionária para limpar a escola inteira. É uma situação de calamidade. O pagamento dos fornecedores também não foi realizado, está faltando até a alimentação para os alunos — explicou a servidora.

A greve iniciada nesta segunda-feira é, também, uma forma de cobrar os pagamentos atrasados. De acordo com o Sindpefaetec (Sindicato dos Profissionais de Educação da Faetec), já são quatro folhas salariais em atraso. Os funcionários técnicos e administrativos da Faetec ainda não receberam o salário integral de maio, de junho e julho, além do 13º salário de 2016. Segundo Ivaneide, o último pagamento depositado foi referente a uma parcela do vencimento de maio, pago em julho. Já os professores, acumulam os vencimentos de junho e julho atrasados, além do 13º salário do ano passado

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— Tá muito difícil. A gente está sendo negativado, estamos recebendo ligações cobrando pagamentos em atraso, passando vergonha... Hoje, eu tenho vergonha de ser funcionária publica — declarou Ivaneide Silva, servidora do Estado há 11 anos.

Mesmo em dificuldade, às vezes são os próprios servidores que ajudam os colegas em necessidade.

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— Hoje uma funcionária da ETE República [unidade Quintino] seria despejada. Fizemos uma vaquinha para a moça não perder a casa. Mas, até quando conseguiremos fazer isso? — questionou a professora Simone Bastos, da Escola Técnica Estadual Adolpho Bloch, em São Cristóvão, zona norte.

As aulas na Faetec retornariam nesta segunda-feira (7), após serem adiadas por duas vezes. Oficialmente, segundo a assessoria da instituição, as escolas voltaram a funcionar, porém servidores negam a informação.

— Eu estava numa reunião na minha escola, a ETE Adolph Bloch, onde o diretor disse que não tem como abrir a unidade sem merenda e sem funcionários. Seria por em risco os 600 alunos — contou a professora Simone Bastos, que complementou — Hoje, que eu saiba, nenhuma unidade funcionou normalmente. 

Durante a manhã, os servidores participaram da assembleia, onde votaram pela greve por tempo indeterminado. A reunião ocorreu no gramado da unidade de Quintino, ao ar livre, após a escola "ter negado a abertura do Teatro Abdias Nascimento", onde o encontro seria realizado. A informação foi publicada no site do Sindpfaetec. Após a assembleia, o grupo seguiu em passeata até o prédio da presidência da Faetec, no mesmo bairro.

Também no período da manhã, alunos e funcionários da unidade de Marechal Hermes realizam uma manifestação em Madureira, zona norte. A manifestação pedia a continuidade das atividades da instituição.

Em nota, a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Social disse que ainda não foi informada sobre a greve dos docentes. Declarou ainda que "houve um esforço grande para reabrir, hoje, as unidades de educação básica e ensino superior". Na última quinta-feira (3), o secretário Gustavo Tutuca assumiu o comando da instituição e "tem feito reuniões com o corpo técnico da pasta e com a Secretaria da Fazenda para encontrar soluções para pagar salários e custeio da Fundação".

Protesto no Palácio Guanabara

A rede estadual de Educação deve paralisar as atividades nesta terça-feira (8). Professores, alunos e funcionários organizam um ato em frente ao Palácio Guanabara, na zona sul do Rio. Além dos servidores da Faetec, também devem estar presente alunos e profissionais da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e das escolas estaduais. O objetivo é pressionar o governo do Estado em virtude da manutenção das instituições da regularização dos pagamentos atrasados.

*Colaborou Jaqueline Suarez, estagiária do R7 Rio

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