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Enfermeiros do hospital da Uerj seguem em greve e dizem faltar insumos no hospital

Estudantes e residentes dizem não estar ocorrendo atividades pedagógicas

Rio de Janeiro|Do R7

Segundo alunos, atividades pedagógicas não estão sendo realizadas
Segundo alunos, atividades pedagógicas não estão sendo realizadas Segundo alunos, atividades pedagógicas não estão sendo realizadas

Na última segunda-feira (13) os cariocas receberam o que parecia ser uma boa notícia. O Hupe (Hospital Universitário Pedro Ernesto), da Uerj, anunciou que voltaria a receber internações em suas dependências e 110 leitos seriam reabertos. O hospital também havia informado que seus ambulatórios, assim como as enfermarias, estariam em funcionamento regular. No entanto, de acordo com informações recebidas por uma enfermeira, parte da classe estaria paralisada devido ao não pagamento dos servidores da universidade.

Uma residente do hospital disse ainda que os enfermeiros que continuam cumprindo as horas de trabalho estariam trazendo insumos, como algodão e gazes, de outros lugares onde eles prestam serviços. Além disso, ela revelou que o diretor da unidade teria passado um áudio para todas as pessoas que trabalham no hospital, convocando os técnico-administrativos, que tiveram seus pagamentos regularizados, a abandonarem o movimento de greve e retornarem ao trabalho, mesmo que seus colegas vinculados a Uerj não tivessem recebido.

— Estamos em greve! Os trabalhadores da Uerj receberam a terceira parcela do salário de janeiro ontem. Só os ativos do Hupe receberam o salário integral de janeiro no dia 24/02. Não concordamos com essa separação! — disse uma enfermeira.

A enfermeira disse que foi reivindicado pela assembleia de servidores da Uerj a abertura de inquérito administrativo para apurar as atitudes da direção, que estaria desrespeitando as instâncias administrativas e políticas da universidade. Ela afirmou que o Conselho Universitário, realizado em 5 de janeiro, deliberou pela não separação da folha. Segundo a servidora, a reitoria também teria repudiado essa discriminação dos funcionários exercida pelo governo do Estado, que seria reafirmada pelo diretor do Hupe.

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— O diretor ameaça pedindo lista nominal das escalas de serviço. É um assediador moral. Autoritário. — declarou a enfermeira sobre a postura do gestor do hospital para com os servidores grevistas.

Uma estudante do curso de medicina também informou que apenas as áreas financiadas por empresas farmacêuticas e de equipamentos médicos estariam com o funcionamento pleno. Ela disse, ainda, que em dezembro passado, quando a crise mais se agravou no Hupe, o serviço de urologia, que é financiado pelo setor privado, manteve suas atividades funcionando normalmente.

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— Isso vai ao encontro de uma nítida política de não financiamento ou subfinanciamento do serviço público, seja ele relacionado com a saúde ou educação, visto o duplo caráter do Hupe, por parte do governo estadual. E é exatamente essa razão que norteia toda a crise que a UERJ perpassa: o Governo do Estado do Rio de Janeiro escolhe não cumprir com o financiamento da universidade. — disse a jovem.

Alunos sem aula

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Sem o recebimento das bolsas e dos salários, a estudante de medicina afirma que o hospital tem perdido seu caráter de unidade de ensino. Não vem ocorrendo mais atividades pedagógicas no hospital. Por sua vez, uma residente de Serviço Social informou que também não estão com a folha de pagamento em dia, desde o mês de Janeiro. Apesar disso, ela disse também que a diretoria organizou uma palestra com os novos internos para cobrá-los que apresentem um ritmo de trabalho “condizente com a produção do Estado”.

— Mas eles esquecem, que além das nossas bolsas é necessário regularizar a prestação de vários serviços, que nós dependemos para que trabalhemos normalmente — disse a jovem residente.

Até o fechamento desta matéria a assessoria do hospital não respondeu sobre as denúncias apresentadas.

*Colaborou Samuel Costa, do R7 Rio

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