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Ex-secretário de Cabral diz que propina era institucionalizada

Hudson Braga afirmou que "taxa de oxigênio" não foi criada pelo ex-governador 

Rio de Janeiro|Do R7

Réu da Lava Jato, o ex-secretário de Obras do governo Sérgio Cabral (PMDB) Hudson Braga prestou depoimento ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, nesta quinta-feira (14). Braga afirmou que 1% do valor de contratos públicos pago pelas empreiteiras como forma de propina no governo Cabral, a chamada "taxa de oxigênio", era algo institucionalizado e que não foi criado pelo ex-governador.

Preso há um ano, junto com Cabral, ele negou ter recebido valores da Carioca Engenharia e confirmou apenas a propina da Andrade Gutierrez, referente a obras do PAC da Favela de Manguinhos. Ele disse não ter criado a taxa, apenas a implementado, a mando do então secretário de Governo de Cabral, Wilson Carlos. Braga afirmou ter entendido que Cabral concordava com a cobrança.

"Ele (Wilson Carlos) não disse quem criou a cobrança. Eu sou o técnico, estava gerenciando um projeto, talvez se não fizesse, não ia mais gerenciar. Meu erro foi ter acatado isso. Mas não pedi, não criei. Entendi que era uma coisa institucionalizada. Não fui consultado se estava de acordo ou não. Eu não instituí, fui orientado a fazer", afirmou Braga.

Braga afirmou que sua proximidade no governo estadual não era com Cabral, mas com o vice-governador e secretário de Obras que o antecedeu, Luiz Fernando Pezão (PMDB) - hoje governador, na sucessão de Cabral. "Eu nunca fui ligado ao governador Sérgio Cabral. Eu vim para o governo pelo secretário de Obras, Luiz Fernando Pezão. Ele era o secretário, e eu, o subsecretário. Vim a ter mais contato com Cabral no segundo governo, a partir de 2011, quando assumi a secretaria de Obras".

Braga é acusado de ser operador do esquema milionário de propinas atribuído ao ex-governador. Ele negociaria os valores pagos por empreiteiras que atuaram no Rio nos dois mandatos de Cabral (2007-2014), época de grandes obras, por conta da realização da Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada de 2016. O valor seria fixado em 5% do total de cada uma das obras - além da "taxa de oxigênio".

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