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Ex-secretário usou a mãe e filhos para ocultar propina, diz MPF

Procuradoria identificou repasses feitos por empreiteiras a ex-secretários; dinheiro era ocultado em conta poupança no nome de sua mãe

Rio de Janeiro|

Alexandre Pinto foi preso nesta terça-feira (23)
Alexandre Pinto foi preso nesta terça-feira (23) Alexandre Pinto foi preso nesta terça-feira (23)

O ex-secretário de Obras do prefeito Eduardo Paes (MDB), Alexandre Pinto, preso nesta terça-feira (23) pela Polícia Federal, é acusado de usar a mãe e os filhos para ocultar propinas recebidas em empreendimentos do município. A informação foi divulgada nesta terça na nova denúncia oferecida pelo MPF (Ministério Público Federal no Rio) contra o ex-secretário. Ele é acusado de vários crimes de lavagem de dinheiro.

O MPF identificou repasses feitos por empreiteiras contratadas para executar as obras da Transcarioca e da recuperação ambiental da Bacia de Jacarepaguá. De acordo com a denúncia, uma das formas usadas pelo ex-secretário para ocultar a origem dos recursos era receber depósitos, em dinheiro, na conta poupança de sua mãe, de R$ 305 mil, mas que era movimentada exclusivamente por ele.

Alexandre Pinto também teria adquirido imóveis e realizado investimentos com valores obtidos com os crimes de corrupção em nome de seus filhos para ocultar a propriedade dos bens e a origem dos recursos, segundo o MPF.

Em 2016, ele teria transferido imóveis para a empresa Atlas Administração de Imóveis Próprios, constituída em nome de seus filhos, de acordo com a denúncia, "exclusivamente com a finalidade de administrar o patrimônio imobiliário do ex-secretário de Obras".

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Segundo a denúncia, os filhos do ex-secretário, jovens de 20 e 21 anos à época dos fatos, afirmam apenas ter assinado os papéis a pedido do pai. "Alexandre Pinto da Silva ocultou sua condição de real proprietário dos imóveis, tendo por objetivo blindar o patrimônio adquirido como proveito dos crimes antecedentes de corrupção passiva e distanciar ainda mais os imóveis adquiridos da origem criminosa dos valores utilizados para sua aquisição", afirmam os procuradores da República.

A propina combinada por Alexandre Pinto, que foi preso pela segunda vez hoje, correspondia a cerca de 1% um do valor total de cada uma das obras.

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O MPF identificou o pagamento ao ex-secretário de Obras de ao menos R$ 750 mil da Carioca Engenharia e R$ 750 mil da OAS para garantir o direcionamento do processo licitatório das obras da Transcarioca ao Consórcio Transcarioca Rio.

Nas obras de recuperação da Bacia de Jacarepaguá, foram pagos pelo menos R$ 500 mil reais pela Carioca Engenharia, de acordo com o MPF.

A reportagem está tentando contato com a defesa do ex-secretário Alexandre Pinto, mas ainda não obteve retorno.

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