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Falsa médica presa na Barra será indiciada por falsidade ideológica e exercício ilegal da medicina

Gabriele Matos foi denunciada por um capitão da PM após sua mulher perder o bebê

Rio de Janeiro|Do R7, com Balanço Geral RJ

Gabriele Matos foi encaminhada para a 16ª DP, na Barra da Tijuca
Gabriele Matos foi encaminhada para a 16ª DP, na Barra da Tijuca Gabriele Matos foi encaminhada para a 16ª DP, na Barra da Tijuca

A falsa médica presa em flagrante nesta quarta-feira (5) durante atendimento em um centro empresarial na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, será indiciada pelos crimes de exercício ilegal da medicina e falsidade ideológica. 

Gabriele de Souza Matos, de 33 anos, que foi denunciada pelo capitão da PM Paulo Roberto Cunha depois que sua mulher sofreu um aborto e deslocamento das trompas ao ser atendida pela suposta ginecologista e obstetra, também vai ser enquadrada por falsificação de documento particular e uso de documento falso.

A mulher do militar, Mônica Mendonça, descobriu que estava sendo enganada depois que já havia perdido o bebê. Ela teve uma gravidez tubária, quando a criança se desenvolve fora do útero.

A falsa médica deu um diagnóstico errado e Mônica só teve a constatação de que ainda estava grávida ao procurar outro médico para fazer um procedimento cirúrgico. Um exame revelou que o bebê estava com 6 cm. Indignada, a mulher do capitão diz que espera que Gabriele seja responsabilizada e que nenhuma outra pessoa tenho sido vítima dela.

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— Eu fui consultada. Ela me passando medicações erradas, eu já tendo uma gravidez rompida com hemorragia abdominal. Fiquei um mês com essa hemorragia. Eu me sinto lesada. Porque hoje a minha chance de engravidar é 50% menos.

Ao descobrir que um dos registros no CRM (Conselho Regional de Medicina) apresentados por Gabriele era falso e que o outro pertencia a uma médica que deveria ter mais de 70 anos, Cunha resolveu então marcar uma consulta com a suposta médica, que acabou sendo presa em flagrante. A mulher ainda tentou enganar os policiais dizendo que era marroquina e que o pai era um desertor do Exército israelense. Gabriele na verdade é natural de Belford Roxo, na Baixada Fluminense.

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— Quando a gente a abordou para que se identificasse, ela apresentou um diploma que eu não sei se é falso ou verdadeiro, porque eu não consegui ler nada, está tudo em outro idioma, de Israel. Mas aí chegou na delegacia e realmente o que aconteceu é que ela não era nem uma nem outra.

O casal tem uma filha de 21 anos e sonha com mais uma criança na família. Apesar da tristeza que sofreram pela perda do filho, Mônica e Cunha afirmam que ficaram com uma sensação de dever cumprido ao colocarem a falsa médica atrás das grades.

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— Tudo o que a gente quer agora é que a suposta médica pague pelo erro que cometeu, pela dor que ela fez a minha esposa sofrer e por mim também.

Para o delegado Leonardo Salgado, que acompanha o caso, causa perplexidade o fato de uma falsa médica atuar em duas clínicas. Ele diz que ainda não é possível adiantar os detalhes, mas todas as informações serão apuradas. Gabriele foi encaminhada para a delegacia da Barra da Tijuca (16ª DP), onde o caso está sendo investigado.

Cremerj diz que não foi informado sobre o caso

O Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro) disse, por meio de nota, que não foi informado oficialmente sobre o caso da falsa médica. No entanto, a entidade afirma que não tem autoridade para investigar e punir falsos médicos e que casos de exercício ilegal da medicina devem ser tratados como questão de polícia. O conselho atuaria apenas no julgamento de profissionais em processos éticos.

Também acrescenta que em fraudes com o consentimento de médicos registrados no Cremerj, o conselho abre sindicância para investigar os profissionais. Reforça ainda que diretores técnicos de unidades de saúde são responsáveis pelos agentes que atuam em suas instituições e devem estar atentos para evitar irregularidades desse tipo.

Para ajudar na identificação de falsos médicos e coibir o exercício ilegal da medicina, o Cremerj informa que disponibiliza em seu site a seção “Encontre um médico”, que possibilita uma consulta através do nome ou do número de CRM do médico. Além de dar acesso à foto do profissional, a pesquisa informa a situação do registro, indicando se está ativo, se foi cassado ou transferido para outro estado.

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