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No dia 28 de novembro de 2010, tropas militares entraram no Complexo do Alemão para iniciar um dos processos de pacificação mais difíceis na cidade. O conjunto de favelas que vivia intensos confrontos foi ocupado pela Força de Pacificação das Forças Armadas Brasileiras após uma onda de violência atingir a cidade. Entretanto, a instalação de UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) nas comunidades não impediu que a rotina de tiroteios continuasse no complexo. Relembre
Arquivo/Antonio Scorza/AFP
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Localizado na zona norte do Rio, o Alemão é composto por 15 comunidades. O processo de pacificação se iniciou após uma semana de terror que atingiu a cidade, com ações orquestradas por traficantes em resposta a instalação de UPPs nas favelas do Rio
Arquivo/Monique Cardone/R7
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Após uma fuga em massa de traficantes da Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, para o Alemão, o governo federal autorizou o uso de tropas do Exército, Marinha e Aeronáutica em apoio à Polícia Militar na ocupação do Complexo do Alemão. No dia 28, dois dias após o início do cerco, as tropas entraram nas comunidades e iniciaram o processo de pacificação
Arquivo/Miguel Fernandes/EFE
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Apenas no início da operação, ao menos 15 suspeitos foram detidos. Durante a ocupação, policiais disseram ter visto rastros de sangue pela comunidade, mas não houve confrontos durante todo o processo. Cerca de 2,7 mil homens participaram da ação, incluindo policiais militares, civis, federais e agentes do Exército
Arquivo/Alezandre Aule/AE
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As UPPs do Complexo do Alemão começaram a ser instaladas em 2012. As primeiras foram as da Fazendinha e Nova Brasília, em abril. No mês seguinte foram inauguradas mais duas unidades. Com o término da implantação das UPPs, o Exército deixou o conjunto de favelas que passou a ser comandado pela Polícia Militar
Arquivo/Monique Cardone/R7
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Mesmo com a pacificação do complexo, as comunidades ainda vivem clima de insegurança e violência, com rotina de tiros e confrontos entre policiais e traficantes que resistiram à ocupação. Em abril deste ano, o governo do Estado anunciou a reocupação do Alemão após uma sequencia de mortes. Cerca de 270 policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais) e do Choque intensificaram o patrulhamento no local. Veja reportagem em vídeo
Reprodução/Governo do Rio de Janeiro
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Um dos casos de violência que marcaram o Alemão após a ocupação foi a morte do menino Eduardo de Jesus, de 10 anos, em abril deste ano. O menino estava na porta de casa, brincando com um celular, quando foi baleado por um PM. O inquérito da Polícia Civil concluiu que o agente agiu por legítima defesa porque estaria em um confronto com traficantes e o menino estaria na linha de tiro. Entretanto, o MP (Ministério Público) denunciou o policial por homicídio por entender que não havia confronto na comunidade no momento em que atirou. Nesta semana, a Justiça aceitou a denúncia contra o policial
Arquivo/Renato Moura /Voz das Comunidades
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No ano passado, o comandante da UPP Nova Brasilía, Uanderson Manoel da Silva, foi morto por um colega durante um confronto com traficantes. Segundo investigações da Divisão de Homicídios, o soldado agiu em legítima defesa durante um confronto com criminosos na comunidade. O PM que disparou contra o comandante estava há um ano na corporação e não será indiciado pela morte. A viúva do comandante, Bianca Silva, que também é policial militar, diz crer que a morte do marido foi um acidente. Mas ponderou que o caso deve servir como reflexão para a sociedade. Ela ainda defendeu que a PM precisa de investimentos.
— Eu tenho 13 anos de corporação, tudo o que tenho e sou devo à PM e saber que o pai da minha filha foi embora dessa forma é lamentável. Triste demais. Vivo um dilema muito grande.Reprodução/Rede Record