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Justiça ordena obras na Estação Leopoldina para evitar incêndio

Inaugurado em 1926, prédio tombado corre risco de pegar fogo ou de parte da fachada desabar, segundo laudo da Polícia Federal

Rio de Janeiro|Da Agência Brasil

Estação Leopoldina corre risco de incêndio
Estação Leopoldina corre risco de incêndio Estação Leopoldina corre risco de incêndio

O histórico prédio da Estação Barão de Mauá, popularmente conhecido como Estação Leopoldina, na área central do Rio de Janeiro, pode ter o mesmo destino do Museu Nacional e ser consumido em chamas. O alerta é do MPF (Ministério Público Federal), que obteve liminar da Justiça Federal ordenando que os proprietários do imóvel – União, estado do Rio e SuperVia – executem obras emergenciais para evitar que a estação desabe ou seja atingida por um incêndio.

A decisão, divulgada na quinta-feira (20), foi tomada pelo juiz federal Paulo André Espírito Santo, da 20ª Vara Federal do Rio de Janeiro.

O magistrado estabeleceu prazo de dez dias para os réus apresentarem documentos como Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros e PPCI (Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio), sob multa diária de R$ 10 mil. Também ordenou, no prazo de 180 dias, realização de obras emergenciais, também instituindo multa diária de R$ 10 mil por descumprimento.

No pedido do MPF, o procurador federal Sérgio Suiama chama a atenção para o problema no imóvel quase centenário, inaugurado em 1926, de onde partiam trens para o interior do Estado e até para São Paulo, e hoje está quase em ruínas, com perigo de pegar fogo ou de parte da fachada desabar sobre os pedestres. O edifício principal pertence à SPU (Superintendência de Patrimônio da União) e à Secretaria Estadual de Transportes, que subordina a Central Logística, e as estações de trem, na parte de trás, pertencem à SuperVia, empresa concessionária dos trens urbanos do estado.

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“Toda vez que há uma tragédia, como a do Museu Nacional, depois que aconteceu todo mundo fica questionando de quem é a culpa. A Estação Leopoldina está se encaminhando para esta mesma situação, caso nada seja feito. Desde que eu assumi o caso, há cinco anos, tenho tentado de todas as maneiras que o Poder Judiciário, o Estado, a União, a SuperVia, todos os entes envolvidos ali, assumam suas responsabilidades”, disse o procurador federal.

Ele alertou que já há um laudo, da Polícia Federal, sobre o risco de desabamento e de incêndio do prédio, sem que medidas concretas tenham sido tomadas. “Já há um laudo, da Polícia Federal, de 2017, falando que há o risco de desabamento de uma parte do prédio e de incêndio. De lá para cá, a situação só piorou, porque não foi feito absolutamente nada para resolver o problema.”

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Suiama relatou que tentou ingressar no prédio, principalmente nos andares superiores, onde haveria grande concentração de papeis e outros artigos inflamáveis, mas que foi barrado por um funcionário que cuida do imóvel. O caso acabou na delegacia de polícia.

“Fomos lá investigar uma denúncia de que havia risco de incêndio causado por usuários de drogas. Não quiseram abrir as portas dos andares superiores. É uma irresponsabilidade - não tem outro nome - de todas as pessoas envolvidas. Os diretores da SuperVia, da Central, da Secretaria Estadual dos Transportes, da Superintendência de Patrimônio da União”.

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De acordo com o procurador, falta ação dos proprietários do imóvel para garantir a preservação do prédio. “As pessoas não aprendem com os erros. Não faz nem 15 dias que pegou fogo o Museu Nacional, e parece que as pessoas não se importam com os prédios tombados”, lamentou.

Segundo ele, o governo e as empresas envolvidas deveriam seguir o exemplo de outros lugares, que reformaram suas antigas estações de trem e as transformaram em museus e centros culturais. “O Museu de Orsay, na França, era uma estação de trem. A Sala São Paulo, de concertos, era uma estação. O Museu da Língua Portuguesa é uma estação de trem. Exemplos de uso de bens tombados não faltam. O que falta são pessoas assumirem suas responsabilidades", disse, completando que "é uma obrigação legal do Estado, da União e da SuperVia" e que "seis seguranças no local não vão impedir o prédio de ruir ou de pegar fogo”.

Respostas

Em relação ao pedido de providências feito pelo MPF, os citados foram procurados pela reportagem. A Secretaria Estadual de Transportes, em nota, disse que a Central Logística, junto com a SuperVia, está realizando limpeza, capina, substituição de vidros quebrados e instalação de concertina sobre os muros e de refletores para iluminação do entorno do prédio.

“Em relação ao risco de incêndio, a Central informa que a edificação conta com extintores, teve seu abastecimento elétrico suspenso e seu acervo está sendo organizado e remanejado para reduzir sua carga de incêndio. Além disso, o local conta com seis seguranças, que realizam escala de revezamento 24 horas por dia”, informou a secretaria.

Conforme a secretaria, está em andamento a instalação de uma nova rede de proteção e aparalixo na fachada principal. Uma empresa especializada em correção e restauro será contratada por meio de licitação.

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