Movimentos sociais e parentes de jovens mortos nas comunidades do Rio de Janeiro fizeram manifestação em Manguinhos, na zona norte do Rio, nesta sexta-feira (22), como parte do movimento 2ª Marcha (Inter)Nacional contra o Genocídio do Povo Negro. Depois de apresentações culturais e relatos emocionados cobrando o fim da impunidade dos assassinos, o grupo seguiu depois, em passeata, até a entrada da Favela da Grota, no Complexo do Alemão.
O estudante Paulo Ricardo Pinho de Menezes, 17 anos, é irmão do Paulo Roberto, morto em 17 de outubro do ano passado, em Manguinhos. Para ele, a marcha é uma forma de mostrar a indignação com os abusos cometidos pelas forças de segurança nas comunidades.
— Assim não dá para ficar, quase todo mês morre um. E só jovem que não tem nada a ver, eu mesmo quase fui morto com o Jonathan, os policiais começaram a dar tiro no meio da rua.
Jonathan de Oliveira de Lima foi morto em 14 de maio, em confronto com a polícia após uma manifestação, também em Manguinhos. A mãe dele, Ana Paula Gomes de Oliveira, lembra que quando o papa Francisco visitou a comunidade, no dia 25 de julho do ano passado, os moradores estenderam uma faixa com fotos de jovens mortos nas comunidades.
— O objetivo desse evento é dar um basta nessa coisa de genocídio, nessa morte de tantos jovens negros nas comunidades. É uma luta mesmo contra essa matança, porque o que mais a gente vê são os negros sendo mortos.
Ana Paula diz que o inquérito sobre a morte de Jonathan foi concluído e encaminhado para o Ministério Público. Outra que aguarda Justiça é Maria de Fátima da Silva, mãe do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, o DG, morto no dia 22 de abril, no Morro do Pavão-Pavãozinho, zona sul do Rio de Janeiro.