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Nuzman diz que só falará em juízo sobre compra de votos na Rio 2016

Alvo da operação Unfairplay, presidente do COB teve R$ 1bi em bens bloqueados

Rio de Janeiro|Do R7, com Record TV

Nuzman é suspeito de participar do esquema de corrupção para escolha do Rio como sede da Olimpíada de 2016
Nuzman é suspeito de participar do esquema de corrupção para escolha do Rio como sede da Olimpíada de 2016 Nuzman é suspeito de participar do esquema de corrupção para escolha do Rio como sede da Olimpíada de 2016

Um dos alvos da operação Unfairplay ("Jogo Sujo", em português), o presidente do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), Carlos Arthur Nuzman, afirmou que falará apenas em juízo sobre esquema de compra de votos para a escolha do Rio como sede da OIimpíada de 2016. Nuzman decidiu se manter calado durante o depoimento na sede da Polícia Federal na última terça-feira (5). 

Também na terça, a Justiça mandou bloquear R$ 1 bilhão em patrimônios do presidente do COB, incluindo imóveis, carros de luxo e aeronaves. Ele também está proibido de deixar o país e já entregou três passaportes (brasileiro, russo, diplomático)- para as autoridades. 

Durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão, os agentes da PF ainda encontraram R$ 480 mil em espécie na casa de Nuzman. 

Para a procuradora da República, Fabiana Schneider, Nuzman participou ativamente do esquema de compra de votos de membros do COI (Comitê Olímpico Internacional).

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— É inegável que Nuzman atuou de forma presente e bastante expressiva no convencimento de pessoas a votarem pelo Rio de Janeiro.

Farra dos guardanapos seria comemoração da escolha do Rio para sede olímpica

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A operação é um desdobramento da Lava Jato. Além da PF, a operação contou com o Ministério Público Federal e a Receita Federal do Brasil, e foi acompanhada por autoridades francesas. Os indícios revelaram que a organização, supostamente, liderada pelo ex-governador Sérgio Cabral comprou o voto do presidente da Federação Internacional de Atletismo, Lamine Diack, por US$ 2 milhões.

Organização criminosa internacional

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Para os procuradores à frente da Lava Jato no Rio, “trata-se de um esquema altamente sofisticado, que agia internacionalmente com desenvoltura e uma engenhosa e complexa relação corrupta”. Prova disso é que, para alcançar o atual estágio da investigação, o MPF teve que realizar pedidos de cooperação jurídica internacional.

Durante as investigações, o Ministério Público Francês colheu substancioso material para demonstrar que houve compra de votos para escolha da sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Um dos votos foi comprado de Lamine Diack, então presidente da Federação Internacional de Atletismo e então membro do COI (Comitê Olímpico Internacional), por meio de seu filho, Papa Massata Diack.

O pagamento de US$ 2 milhões pelos votos veio da empresa Matlock Capital Group, do empresário Arthur Soares Filho, que prisão preventiva expedida nesta terça (5). De acordo com os procuradores, “ele nada mais fez do que repassar a propina que pagaria a Sérgio Cabral diretamente para o senegalês, em troca dos votos pela escolha da cidade-sede das Olimpíadas de 2016. Somadas as investigações realizadas pelos Ministérios Públicos Brasileiro e Francês, temos o ciclo completo de como ocorreu a venda de voto para escolha da sede dos Jogos Olímpicos de 2016, que teve como vencedora a cidade do Rio de Janeiro”.

O empresário “Rei Arthur” é um dos maiores contratados pelo Estado do Rio e, para o MPF, tinha interesse direto na realização dos jogos: “vultosas quantias de investimentos da União e a abertura de uma imensa janela de oportunidades para exponenciar os contratos não apenas com o Estado, mas também com o Município e com o Comitê Olímpico Rio 2016”.

Negociação de propina

A denúncia destaca ainda o papel que Nuzman teria na compra de votos: "o esquema criminoso completa-se com a ponta faltante: a atuação do Comitê Olímpico Brasileiro, por atuação de Carlos Arthur Nuzman, figura central nas tratativas para escolha da sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Sem a presença e negociação entabulada por ele, a engenhosa e complexa relação corrupta aqui narrada poderia não alcançar o sucesso que efetivamente alcançou. Nuzman foi o agente responsável por unir pontas interessadas, fazer os contatos e azeitar as relações para organizar o mecanismo do repasse de propinas de Cabral diretamente a membros africanos do COI, o que foi efetivamente feito por meio de Arthur Soares”, explicam os procuradores.

O MPF relembra ainda que no anúncio da cidade-sede de 2016, em Copenhague, estavam Cabral e Nuzman. “É natural – e notório – que eles estivessem no evento. A presença destoante, e que conecta todos os elos do esquema criminoso, é do empresário Arthur Soares”, pontuaram.

Para os procuradores, a realização dos Jogos Olímpicos de 2016 permitiu ao grupo político liderado por Cabral, ampla possibilidade de capitalizar-se politicamente e receber milhões em investimentos para realização de obras públicas. Diversas dessas obras (Arco Metropolitano, Maracanã e Linha 4 do Metrô), anunciadas como “legado” das Olimpíadas de 2016, renderam milhões em pagamento de vantagens indevidas (propina) ao ex-governador e demais membros da organização criminosa.

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