Quatro policiais civis foram presos na manhã desta quinta-feira (1º), durante a realização da segunda fase da Operação Fim da Linha do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro), que tem como alvo agentes investigados por envolvimento com o jogo do bicho.
Os presos atuavam na Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher) do centro da capital. Segundo o MP, eles recebiam propina de donos de estabelecimentos de jogos de azar e de casas de prostituição para permitir o funcionamento desses locais.
A promotoria denunciou cinco agentes, dos quais foram presos: Marcelo Flora Lemos (vulgo Marcelão); Alcino Luiz Costa Pereira; Alair do Rosário Ribeiro dos Santos Junior (Bambam ou Junior Bambam); e Bruno Montes da Silva (Brunão). O policial Pietro Conti Rodrigues foi o único a não ter mandado de prisão expedido.
Os mandados, proferidos pela 1ª Vara Especializada em Crime Organizado da Justiça do Rio, foram cumpridos em Cascadura e no Méier, na zona norte, em Jacarepaguá, na zona oeste, e em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
A investigação do Gaeco (Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado) começou após o recebimento de uma denúncia de um bingo clandestino que funcionava em Copacabana, na zona sul, com a permissão de policiais militares e civis.
Ao longo da apuração, o MP identificou três grupos criminosos acusados de fraudar os resultados dos jogos por meio da corrupção de policiais e do uso da violência para a conquista de territórios.
Na terça (29), dez pessoas já haviam sido presas na primeira fase da operação. Três PMs foram denunciados por participação no esquema e outros quatro foram alvo de buscas, incluindo o ex-secretário de Estado da Polícia Militar, o coronel Rogério Figueiredo de Lacerda. O principal suspeito, o contraventor Bernardo Bello, não foi localizado. Na ocasião, os agentes do MP chegaram a apreender R$ 400 mil em espécie na casa de um sargento.
Em nota, a Polícia Civil afirmou que a Corregedoria-Geral apoia a operação do Gaeco e instaurou processo administrativo disciplinar para apurar responsabilidade administrativa disciplinar dos servidores. A Corregedoria também informou que solicitou acesso às investigações e aguarda o envio dos documentos para dar andamento aos processos administrativos necessários.
Além disso, a instituição afirmou que não compactua com nenhum tipo de desvio de conduta e atividade ilícita e ressaltou seu compromisso de combate ao crime em defesa da sociedade.
* Estagiário do R7, sob supervisão de PH Rosa