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RJ: MP recebe mais de 2 mil denúncias de maus-tratos a idosos

"Faltam serviços socioassistenciais, instituições de longa permanência; tudo recai na falta de orçamento para tais políticas", disse promotora

Rio de Janeiro|Matheus Nascimento, do R7*

Alerj promoveu audiência pública para debater tema
Alerj promoveu audiência pública para debater tema Alerj promoveu audiência pública para debater tema

O MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) recebeu 2.136 denúncias de negligências e maus-tratos contra idosos na cidade do Rio de Janeiro somente entre janeiro e agosto deste ano. A Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) promoveu uma audiência pública para debater o tema.

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Nanza da Cunha, de 61 anos, é moradora de Copacabana e relatou que um senhor, de 87, após perder a mulher, gritava da janela de seu apartamento dizendo que estava com fome. Uma suposta vizinha tinha se aproximado do viúvo, alegando cuidar do idoso. Nanza foi até local e viu que ele estava sem água ou comida e decidiu ir até a polícia denunciar, mas passou a ser perseguida: “Ela me persegue, me xinga, diz que vai acabar com a minha vida. Tenho que subir de escada, se não ela me bate dentro do elevador”, conta.

Números alarmantes

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A promotora Cristiane Branquinho considera alarmante o número de denúncias recebidas pelo Ministério Público.

“É necessário refletir e agir. Não temos uma política de cuidados do idoso. Faltam serviços socioassistenciais, instituições de longa permanência, unidades de Centro-Dia. Tudo recai na falta de orçamento para tais políticas”.

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A psicóloga Virgínia Maffioletti, integrante do Instituto de Psiquiatria da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), disse que é essencial saber o contexto que torna propício os maus-tratos de idosos.

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“Hoje, o mais comum é tratar o idoso fragilizado ou adoecido em casa, no entanto, isso impõe à família custos físicos, emocionais e financeiros, além de um preparo que a maioria não tem. Esses cuidadores precisam lidar muitas vezes com solidão, uma inversão de papeis, conflitos do passado e a escassez de apoio e serviços especializados”, explicou.

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Onde procurar ajuda?

Quem souber de algum caso de violência contra idosos no Rio pode procurar a Delegacia Especial de Atendimento à Pessoa da Terceira Idade, que fica em Copacabana, na Rua Figueiredo de Magalhães, 526; e a ouvidoria do Ministério Público pode ser contactada pelo telefone 2262-7015.

O Núcleo Especial de Atendimento à Pessoa Idosa da Defensoria Pública atende na Avenida Rio Branco, 147, 12° andar, no Centro. Além disso, a Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) oferece um plantão informativo dos direitos da pessoa idosa. O serviço funciona às segundas e quartas-feiras, das 13h às 17h, pelo telefone 2334-0168 e na Coordenação de Projetos de Extensão do campus universitário, 10º andar, bloco F, sala 10.141.2.

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*Estagiário do R7, sob supervisão de PH Rosa

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