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Sem obras concluídas, bonde ainda tem operação parcial em Santa Teresa

"Eles jogaram asfalto em cima e foram embora", diz moradora sobre empresa

Rio de Janeiro|Do R7*

Bondes circulam em trecho reduzido desde reabertura
Bondes circulam em trecho reduzido desde reabertura Bondes circulam em trecho reduzido desde reabertura

Por mais de três anos, os moradores e motoristas de Santa Teresa, centro do Rio, precisaram se equilibrar entre os buracos feitos na principal rua do bairro, a Almirante Alexandrino, devido às obras de recuperação do bonde. Em julho do ano passado, o tradicional transporte do bairro voltou, mas não por inteiro. Apenas o trecho entre os largos da Carioca e do Guimarães foi entregue pelo Governo do Estado. A previsão era que o restante seria aberto gradualmente, até que voltasse a circular entre a Carioca e morro dos Prazeres. Mas isso, até hoje, não aconteceu.

De acordo com a Secretaria Estadual de Transportes, ainda não há previsão para a conclusão das obras do bonde. Em nota, afirmou que "Uma nova etapa etapa de obras será iniciada tão logo o Estado obtenha recursos".

Quem visita Santa Teresa hoje, nem imagina que as obras foram abandonas. Não há buracos, tapumes ou trabalhadores, conforme falou a moradora Ana Reding, que mora no bairro há 10 anos.

— Hoje não há obras. Abandonaram a obra no meio e deixaram tudo a céu aberto. Várias pessoas se machucaram, eles jogaram asfalto em cima e foram embora.

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Para a jornalista o bonde não era um veículo turístico, mas sim um meio de transporte presente no seu dia-a-dia. Era costume pegar o bonde das 8h para ir trabalhar, mas desde o acidente, no dia 27 de agosto de 2011, o bonde não passou mais pelo Largo das Neves, na rua Paula Matos.

— A obra nem chegou perto da minha porta. Muita gente acha que o trecho Paula Matos nunca será feito. Estou sem bonde desde o dia do acidente, mas as obras, que enlouqueceram a vida de quem mora na Joaquim Murtinho e Almirante Alexandrino, incomodaram o bairro todo. Não havia respeito a pedestres, que precisavam pular as obras para chegar em casa, ônibus e carros caíram no buraco da obra, que não tinha proteção. 

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Segundo a Amast (Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa) apenas um terço do trajeto foi entregue. As obras pararam, os funcionários retirados e um rastro de crateras deixado entre a o Largos dos Guimarães e do França, na rua Almirante Alexandrino.

— Pelo que sei o Estado não pagou o consórcio e eles pararam tudo. Deixaram na época muitos buracos na altura do Largo do França... Depois de alguns meses de abandono e muitas reclamações consertaram os buracos que tinham deixado pelo caminho, mas só isso", contou uma moradora que prefere não se identificar.

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Nova tarifa

A partir do dia 15 de dezembro do ano passado, o bonde passou a circular com tarifa turística de R$ 20. O valor inclui o trajeto de ida e volta entre os largos da Carioca e do Guimarães. Segundo a Secretaria Estadual de Transportes, desde o início da cobrança até o dia 24 de janeiro, cerca de 15 mil pessoas usaram o sistema. Dessas, aproximadamente 13 mil pagaram a tarifa, o equivalente a 85% dos passageiros. Para terem acesso a gratuidade os moradores de Santa Teresa precisam realizar um cadastro na estação terminal da Carioca.

A cobrança de tarifa é assunto polêmico entre os moradores. A Amast, inclusive, enviou uma denúncia ao MP (Ministério Público) pedindo providências em virtude da "transformação do bonde em equipamento meramente turístico, comprometendo o seu uso como meio de transporte público e a própria retomada das obras de recuperação integral do sistema".

A secretaria de transportes diz que, atualmente, o bonde funciona entre 8h e 17h45, de segunda a sexta-feira, e aos sábados, das 10h às 18h. Porém, os moradores argumentam que os horários e o número de viagens não são suficientes para atender o bairro.

— Não atende. Nem o trecho nem o horário. Agora ele está saindo mais cedo, mas eu nunca consigo pegar, pois a fila de turistas é muito grande (porque o horário é limitado). Há poucos bondes, indo apenas até o Guimaraes. Santa Teresa é muito maior do que isso —, explica Ana Redig.

*Colaborou Jaqueline Suarez, do R7 Rio

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