Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Sem pagamento, alunos, funcionários e professores têm enfrentado dificuldade para retornar às aulas na Uerj

Procedimentos burocráticos estão comprometidos devido à falta de funcionários

Rio de Janeiro|Do R7*

Uerj não consegue restabelecer as atividades regularmente
Uerj não consegue restabelecer as atividades regularmente Uerj não consegue restabelecer as atividades regularmente

Apesar do anúncio de retorno às aulas feito pela reitoria da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) na sexta-feira (7), a retomada dos estudos não foi completa. Alunos cotistas reclamam da falta do pagamento das bolsas, que compromete o seu deslocamento até à universidade, assim como muitos estudantes têm encontrado dificuldade para realizar inscrição e cancelamento em disciplinas. Já os servidores e professores alegam que ainda não há condições básicas para o funcionamento da instituição.

De acordo com o coordenador geral do Sintuperj (Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Públicas Estaduais do Estado do Rio de Janeiro), Luis Mattos de Lemos, os servidores técnico-administrativo estão de greve desde o dia 16 de janeiro e têm trabalhado conforme as demandas mais emergenciais. Segundo ele, muitos profissionais não teriam condições de irem para a universidade por falta de dinheiro.

— Nós teremos o mês de fevereiro regularizado na próxima segunda, mas não sabemos quando vamos ter o mês de março pago, não tem calendário de pagamento. O nosso 13º não tem nem previsão de sair. Apenas aqueles que conseguem pagar o transporte até a universidade tem ido trabalhar. Nós queremos fazer a Uerj funcionar, mas o governo não deixa — afirmou Luis.

Após os sucessivos adiamentos, muitos alunos precisaram pedir o cancelamento de inscrição em disciplinas ou solicitar a inserção de seus nomes nas pautas de outras matérias. No entanto, alguns têm encontrado dificuldades em realizar esse procedimento, apesar de a reitoria ter autorizado que neste semestre os estudantes possam alterar mais disciplinas do que o habitual em suas grades. O problema acontece quando eles precisam de ir até as secretarias dos institutos de graduação solicitar o procedimento, no entanto, nem sempre os servidores têm condições de realizá-lo. A servidora Loana Saldanha explicou que a realização deste procedimento tem sido feito conforme as demandas e capacidade de atendimento das secretarias.

Publicidade

— Estamos tirando do quase nada que temos pra ir ao trabalho sem receber salário. Na tentativa de fazer a Uerj funcionar, mas está muito delicada a nossa situação. Fazemos por amor e compromisso com a universidade, mas nem sempre é possível porque não temos dinheiro nem pra viver — revelou a servidora, que afirmou que diversos trabalhadores têm sofrido com o acúmulo de dívidas, do cheque especial e dos juros. Ela diz ainda que muitos funcionários precisam de pedir dinheiro emprestado para pessoas próximas e que alguns teriam dificuldade para comprar até mesmo comida e medicamentos.

Eden Lopes, graduando de História na universidade, diz que alunos bolsistas não teriam condições de chegar na universidade. Segundo o estudante, ele precisa de quatro passagens de ônibus e duas de trem por dia para conseguir ir às aulas e ainda ir pro estágio em um instituto conveniado com a Uerj. Sem o dinheiro das bolsas que recebe não teria como bancar o seu deslocamento, alimentação e cópias de materiais de estudo. Nesta semana, o jovem disse que conseguiu ir à faculdade devido ao pagamento da bolsa de janeiro, mas que se continuar sem receber não conseguirá ir às aulas por muito tempo. Ele informou ainda, que nesta semana os professores não fizeram chamada.

Publicidade

— Eles não têm cobrado presença, devido a situação existente na universidade, até porque, inclusive entre eles existem os que não foram à aula devido ao não recebimento do salário — explicou Eden.

A presidenta da Asduerj (Associação de Docentes da Uerj), Lia Rocha, informou que está sendo recorrente os relatos de docentes que dizem não terem condições de ir dar aula. Ela esclareceu que ainda não há números fechados sobre isso, não soube dizer quantas unidades conseguiram restabelecer as aulas, no entanto, ela afirmou que nos campus externos da Uerj, como em São Gonçalo e Petrópolis, nem os professores conseguem chegar, dizem não ter dinheiro para a passagem ou gasolina. Lia disse ainda, que na próxima terça-feira (18) haverá uma assembleia em que será discutido a possibilidade de greve. Na quinta-feira (20) haverá a terceira aula pública em frente ao Palácio Guanabara, onde professores, alunos e funcionários pediram que o governo estadual dê uma solução para a crise na universidade.

Publicidade

— Não mudou nada. Ainda não sabemos quando receberemos e serviços básicos para o funcionamento da universidade não foram garantidos. A limpeza, por exemplo, é provisória, a própria reitoria disse isso, que não sabe terá condições de manter o pagamento da empresa — disse Lia.

*Colaborou Samuel Costa, do R7 Rio

Assista 24 horas à programação da Record TV no celular, computador ou tablet

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.