O homem apontado como principal suspeito da morte de ex-companheira na Ilha do Governador, zona norte do Rio, cumpria prisão domiciliar e usava uma tornozeleira eletrônica após ser condenado por tráfico de drogas. Entretanto, a Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária) informou nesta sexta-feira (2) que o monitoramento dos presos não está sendo realizado por falta de pagamento do governo do Estado. Até as 18h, Nilton Silva, de 26 anos, não havia sido encontrado.
A Seap não informou desde quando o serviço está suspenso por falta de pagamento, mas disse que vem fazendo esforços para cumprir o seu compromisso junto aos fornecedores para restabelecer o serviço prestado.
Na última quinta-feira (1º), o corpo de Debora Bittencourt Chaves, de 32 anos, foi encontrado ferido por golpes de faca em sua residência no Jardim Carioca. Os bombeiros chegaram a ser acionados para socorrer a mulher, mas ela já estava sem vida. A vítima havia procurado a polícia, horas antes de morrer, para denunciar agressão do ex-companheiro.
De acordo com a Polícia Civil, o delegado plantonista da CG-Nortes (Central de Garantias) analisou que, no momento da denúncia, não havia situação de flagrante e um inquérito foi instaurado pela delegada titular da 37ª DP (Ilha do Governador) para apurar a conduta do autor. A corregedoria interna da polícia vai apurar se houve infração disciplinar do servidores das unidades.
Segundo informações preliminares, o casal havia brigado no início da tarde por causa do desaparecimento de uma das filhas de Debora, que saiu para a escola de manhã e não havia voltado. Durante a briga, ele acabou agredindo a mulher, que procurou a delegacia próxima de casa. Ao chegar na unidade, o caso foi registrado, mas o casal foi liberado, pois não havia flagrante.
Quando voltaram para casa, Debora e Nilton acabaram brigando novamente. Vizinhos ouviram gritos e chamaram a polícia, mas quando os agentes chegaram, a mulher já estava morta. Silva foi visto saindo da casa tranquilamente.
O casal se conheceu por uma rede social, quando ele ainda estava na cadeia. Ao ser liberado, Silva foi morar com Debora e as duas filhas dela, de 11 e 14 anos.
Após o crime, a filha mais nova, que estava na casa de uma amiga, acabou aparecendo e agora está sob os cuidados da avó.