A viúva do pedreiro Amarildo de Souza, que desapareceu há quase um ano após ser levado para verificação na sede da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Rocinha, comunidade na zona sul do Rio, está desaparecida há mais de uma semana.
Segundo familiares, Elisabeth Gomes da Silva saiu de casa, na Rocinha, no dia 30 de junho e não retornou. A mulher estaria apresentando quadro de depressão nos últimos meses e estaria fazendo uso de drogas.
De acordo com Jurema Gomes, que se identificou ao R7 como mãe de consideração de Amarildo, Elisabeth não se conforma com o desaparecimento do pedreiro.
— Ela saiu de casa dizendo que ia procurar o Amarildo e não voltou mais. O desejo da Beth é de, ao menos, encontrar o corpo do marido para fazer o enterro. Ela sente muita falta do Amarildo.
Segundo Jurema, a família desconfiou que Elisabeth pudesse estar na casa de parentes que moram no Nordeste do país e no interior do Rio, mas as buscas nos locais foram frustradas.
No início do mês, a Polícia Militar concluiu o IPM (Inquérito Policial Militar) que apurava a morte de Amarildo. De acordo com o documento, os policiais que participaram da abordagem ou contribuíram para o sumiço do corpo cometeram crimes que têm de ser julgados pela Justiça comum. No IPM, 29 PMs foram citados por envolvimento no crime. De acordo com a corporação, todos correm risco de ser expulsos.
De acordo com o Ministério Público, o ajudante de pedreiro foi torturado por cerca de 40 minutos em um pequeno depósito atrás do contêiner da UPP da Rocinha. Além de receber choques elétricos, Amarildo teria sido afogado em um balde e sufocado com saco plástico na boca e na cabeça.