O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta quinta-feira (23), que vai pedir à Justiça a decretação da ilegalidade da greve dos agentes penitenciários do Estado. Segundo ele, a paralisação é abusiva.
— É inadmissível proibir a entrada de presos nos CDPs como vem acontecendo.
O governador afirmou que o Palácio dos Bandeirantes sempre esteve e está aberto ao diálogo com a categoria, em evento na cidade de Louveira, interior do Estado.
A greve dos agentes começou no fim de semana e afeta o funcionamento de 70% das unidades, segundo o Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo (Sindasp). De acordo com o sindicato, o governo não cumpriu um acordo pelo arquivamento de processos contra agentes que participaram da greve de 2014. Para Alckmin, esse acordo não existiu.
— Eles querem que seja encerrado o processo administrativo contra alguns funcionários, líderes do movimento que fizeram atos abusivos. Isso não será feito.Nós já pedimos à Justiça a decretação da ilegalidade da greve.
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Conforme a assessoria, Alckmin se referia ao fato de já ter feito o pedido à Procuradoria Geral do Estado de São Paulo, que deve protocolar a medida na Justiça na sexta-feira (24).
O presidente do Sindasp, Daniel Grandolfo, disse que a greve não é abusiva.
— Estamos mantendo os agentes e seus postos e as unidades seguras. Que categoria que faz isso? Temos responsabilidade.
Segundo ele, a decisão do governador de pedir a ilegalidade da greve revela a postura do governo de não dialogar.
— Nós temos o direito de fazer greve e não vamos nos intimidar com essas ameaças. O governo pune quem reivindica seus direitos ao invés de negociar.
Grandolfo disse que os coordenadores das unidades prisionais estão anotando os nomes dos grevistas para abrir novos processos administrativos.
— Agora, além dos 32, tem mais 80 nomes na lista. Vamos brigar também por esses 80. Quero ver se eles vão ter a coragem de punir os 30 mil agentes.
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O Sindasp contabilizava nesta quinta-feira 114 unidades prisionais paralisadas total ou parcialmente e 24,5 mil agentes de braços cruzados.
A Secretaria da Administração Penitenciária informou que, nesta quinta-feira, apenas 10 das 163 unidades ainda estão com atividades parcialmente paralisadas por conta da greve dos agentes penitenciários.
— A cada dia que passa, mais funcionários estão percebendo que o melhor caminho é o diálogo, mantido de maneira permanente por esta Secretaria.