O presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga os contratos da Prefeitura com a Sabesp (Companhia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo), Laércio Benko (PHS), afirmou na tarde desta sexta-feira (24), que quer que a presidente da empresa, Dilma Pena, preste novo depoimento à CPI.
A decisão ocorre diante do vazamento do áudio de uma reunião entre a diretoria e o conselho de administração da empresa em agosto passado. Na gravação, ela admite que seus "superiores" barraram ações na mídia para estimular a população de São Paulo a economizar água. O vereador foi candidato a governador na eleição vencida por Geraldo Alckmin (PSDB) no primeiro turno.
— Se ela é a gestora da Sabesp, só deve pensar em duas palavras: 'interesse' e 'público'. A partir do momento em que ela vê superiores barrarem ações que ela acha corretas, ela só tem três opções: não executar as determinações superiores e fazer o que avalia ser correto, denunciar seus superiores ou pedir demissão. A partir do momento em que ela obedece tais ordens, também é responsável.
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Benko apresentará convocação da presidente da Sabesp na próxima reunião da comissão, na quarta-feira (29).
— Como presidente, defino a pauta. Será o primeiro item.
A data do novo depoimento ainda não foi marcada - terá de ser aprovada pelos demais integrantes da comissão.
Justiça Eleitoral
Durante depoimento à CPI ocorrido no último dia 15, Dilma Pena chegou a culpar a Justiça Eleitoral pela falta de ações de mídia conscientizando a população sobre os problemas de falta de água.
— Não podíamos fazer as peças publicitárias que achávamos que devíamos fazer por causa da restrição do período eleitoral. Tivemos de apresentar as peças no Tribunal Regional Eleitoral e foram riscadas algumas palavras que não poderiam ser veiculadas, por exemplo a palavra 'seca'. Nós não podíamos colocar, na peça publicitária, a palavra 'seca'. Então, veiculamos, e estamos veiculando até hoje, propaganda falando exclusivamente da economia de água.
O Tribunal Regional Eleitoral divulgou nota no mesmo dia em que não só desmentiu a presidente da Sabesp, dizendo que não havia restrição à palavra "seca", como também afirmou que as peças publicitárias barradas enalteciam a empresa. A Sabesp informou que não iria comentar as declarações de Benko.