O cônsul da Bolívia em São Paulo, Jaime Valdívia, convocou uma reunião na tarde desta segunda-feira (1º) para ouvir as reivindicações da comunidade boliviana. O encontro a portas fechadas acontece pela primeira vez após um garoto boliviano, de cinco anos, morrer durante um assalto na última sexta-feira (28). Ladrões atiraram na cabeça do menino após se irritarem com o choro da criança.
Cerca de 30 bolivianos foram até o consulado geral da Bolívia para o encontro, porém, alguns não puderam entrar, pois estavam sem o documento de identificação. A situação causou revolta entre os presentes. Muitos ficaram gritando do lado de fora do prédio: “Que desça o cônsul” e alguns levaram cartazes pedindo Justiça e a bandeira da Bolívia.
Por volta das 18h, a porta do edifício onde fica o consulado foi fechada para evitar tumulto e facilitar a saída dos funcionários — além do consulado, no prédio funcionam outros conjuntos comerciais.
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Segundo a Polícia Militar, cerca de cem bolivianos também protestavam em frente a um posto de atendimento do consulado boliviano, que fica na esquina da rua Bresser com a rua Coimbra, região central da cidade. De acordo com a PM, a manifestação era pacífica.
Nesta segunda-feira (1º), o corpo do garoto boliviano Brayan Yanarico Capcha, foi levado para a Bolívia em um voo comercial que saiu do Aeroporto Internacional de Guarulhos. A previsão de chegada é às 19h (horário de Brasília) na cidade de Santa Cruz. O enterro do menino deve acontecer nesta terça-feira (2). Todos os trâmites de embarque foram pagos pelo consulado.
A comunidade boliviana no Brasil é formada por 350 mil pessoas. De acordo com o advogado do consulado, Felipe Prado, 90% dessas pessoas são legalizadas.